Compartilhando espaços

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A ocupação do espaço público é um problema sério. Tem gente quem não respeita o bem que é de todos e transforma as ruas, praças e calçadas em uma verdadeira propriedade particular. Não é difícil assistir gente que joga aquele “inocente papelzinho de bala” pela janela do carro ou enquanto caminha pela calçada ou praça, transformando a rua em lata de lixo.

O uso indevido desses espaços se agrava a cada dia. Na reunião do Fórum Social da Vila Leopoldina dessa semana, moradores da Rua Avelino Chaves reclamaram que a população de rua tomou as calçadas com barracas. Gislei e Antônio Alberto Rodrigues disseram que quem transita pelo local, principalmente as crianças que vão para as atividades das associações Acaia e Nossa Turma, precisam passar pelo meio da rua por causa das barracas no caminho.

A supervisora de Assistência Social, Cleide Leonel Amaro Mendes visitou a Avelino Chaves na manhã de sexta-feira e constatou o caos. Cleide pediu aos moradores de rua para tirar as barracas até o início da semana (quando haverá nova operação de zeladoria). É que com a volta às aulas a situação tende a se agravar com o aumentao de crianças que circulam a caminho da escola. O medo é que aconteça algum acidente grave. Fora isso, as reclamações também incluem o uso de drogas a qualquer horário na calçada.

Outro caso é da comunidade da Vila Anastácio. Eles reclamam dos moradores de rua que são levados para o albergue emergencial instalado no antigo prédio do Centro de jovens que foi desativado. Por causa da Operação Baixas Temperaturas, a população de rua é recolhida pela central da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social e levados para o albergue temporário. Sem dúvida uma questão de humanidade e preservação da vida. Mas, segundo os relatos, os moradores de rua saem do albergue e acabam pelas rua e Praça Mataúna. Além da ocupação da praça, recém-reformada, a comunidade relata ameaças com faca por parte de usuários do albergue.

A Secretária adjunta de Desenvolvimento e Assistência social, Cristina Cordeiro prometeu tomar providências e pedir reforço da Guarda Civil Metropolitana e também apoio da Polícia Militar para aumentar a segurança na região.

Tanto na Leopoldina quando na Vila Anastácio, o poder público, no caso a prefeitura, tem um papel importante como mediador de conflitos entre aqueles moram nas casas e condomínios, que nasceram ou escolheram o bairro para viver, e aqueles que por algum motivo foram parar nas ruas do bairro.

É necesário a implantação de uma política pública eficiente, integrada, que atenda todos os envolvidos, não só o morador de rua. No Á Mesa com empresários de segunda-feira o empresário e candidato do PSDB á prefeito João Doria falou de sua impressão sobre o problema. “A quantidade de desabrigados que moram nas ruas da Vila Leopoldina, nos canteiros, debaixo de arvores, de marquises, no entorno da Ceagesp e mais a cracolândia que está se instalando, é uma tristeza”.

É verdade, é uma tristeza. É preciso afastá-las da oferta de drogas e dar qualificação, esperança, para que eles saiam de vez das ruas e volte para suas famílias. Só assim a comunidade vai de fato compartilhar aquilo que é de todos: o espaço público.

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