Celebrar e lamentar

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Neste final de semana a Lapa terá seus 432 anos celebrados com atividades na Rua Doze de Outubro, que incluem música, recreação infantil e serviços. Mas pouco antes do aniversário, comemorado na quarta-feira (12), a notícia que tivemos não foi das melhores, já que as cinco propostas enviadas por moradores para constar no orçamento de 2023 foram consideradas inviáveis.

Algo muito semelhante ocorreu no ano passado, quando as propostas, algumas delas iguais às deste ano, foram indeferidas com justificativas muito parecidas. A boa escrita manda evitar o uso de gerúndios, mas nesse caso eles se aplicam: o Hospital Sorocabana segue aguardando trâmites jurídicos, a UBS Vila Anglo continua precisando de um novo imóvel, a UBS da Água Branca não entra no planejamento já que existe a Operação Urbana, com seus próprios recursos, que prevê o equipamento.

O mais frustrante em uma passagem de ano é perceber que aquilo que gostaríamos de ter realizado ou avançado, continua na mesma situação. Do ponto de vista da gestão municipal é complicado não ter encaminhamentos. Ainda mais em um ano em que a Prefeitura se orgulha de ter um orçamento maior, com o que afirma ser um recorde de investimentos previstos. Sabemos que há toda uma burocracia e questões que travam os processos. Não basta ter o dinheiro e escolher onde ele será gasto. Mas no decorrer de um ano é possível ao menos traçar um plano, uma lista de passos e pendências, e organizar um cronograma com o tempo esperado para resolver cada etapa. Seria muito importante a população poder acompanhar.

Também celebramos o avanço das obras do metrô na região, afinal essa forma de transporte é essencial em uma cidade com as dimensões de São Paulo, mas lamentamos a supressão do verde em uma área conhecida por precisar de qualidade ambiental. A comunicação entre órgãos, e entre responsáveis e população também poderia ser melhor para não levantar questionamentos na hora em que não se pode fazer mais nada.

Um bom diálogo é essencial em qualquer relação e é isso que pedem alguns conselheiros participativos que entregaram uma carta ao prefeito Ricardo Nunes durante a cerimônia de posse dos CPMs. Vontade de participar existe, mas não ter respostas para ofícios enviados, faltar estrutura ou não ter alguém do poder público que acompanhe de forma ativa, ou seja, com voz, os encontros mensais, deixa o conselho com as mão atadas, como se fosse apenas um encontro de vizinhos que relatam os problemas de seu bairro. Receber o retorno de que uma questão será verificada com a secretaria responsável, ou que o caso será encaminhado, é algo que já cansamos de ouvir.

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