Por um trânsito democrático e seguro

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Duas das mais importantes e movimentadas vias da região, a Avenida Sumaré, entre os bairros de Perdizes e Pompeia, e a Avenida Doutor Gastão Vidigal, na Vila Leopoldina, passarão a contar com a chamada Faixa Azul, que altera a sinalização do viário criando um corredor específico para motos. Ao longo do complexo das avenidas Sumaré e Paulo VI a faixa exclusiva já passa a funcionar na segunda-feira, 6; já o corredor da Gastão Vidigal consta no planejamento da Prefeitura de implantação de 200 km de faixa azul até o final da gestão Ricardo Nunes.

Em uma cidade que convive com um trânsito caótico, em grande parte devido à imensa frota de motocicletas – que chega a 1,3 milhão – esta é uma notícia animadora. Como o próprio poder público ressalta, com a pandemia houve um aumento significativo dos sistemas de delivery e, com isso, motociclistas inexperientes ganharam as ruas, fazendo entregas para ganhar a vida.

Ao lado dos motoristas de ônibus, que muitas vezes sem o devido cuidado saem das faixas exclusivas de coletivos para fazer ultrapassagens, eles ameaçam a própria vida, a vida dos pedestres e a dos motoristas de carro. Estes, diga-se de passagem, quase não têm mais espaço para dirigir em São Paulo, já que a cada dia o viário é ‘engolido’ por áreas de estacionamento Zona Azul, ciclofaixas e ciclovias e espaços exclusivos para o transporte público. Sobre isso, no entanto, não há o que reclamar, já que o trânsito precisa ser democrático.

Dados de monitoramento dos corredores para motos implantados até o momento pela CET mostram que a ideia da faixa azul vem dando certo. Desde sua implantação em complexos como a 23 de Maio e a Bandeirantes não foram registrados óbitos em ambas as vias. O número de acidentes graves e com vítimas também diminuiu.  De acordo com o estudo feito pelos engenheiros da CET, o índice de utilização da faixa azul pelos motociclistas é alto: aproximadamente de 80% na Avenida 23 de Maio e de 90% no eixo da Avenida dos Bandeirantes.

Eu mesma já tive a oportunidade de experimentar dirigir por uma via onde a nova sinalização já existe e pude constatar que o projeto funciona: a faixa exclusiva para as motos é bem-sinalizada e feita de forma a dificultar que os motociclistas, uma vez trafegando por ela, invadam as faixas de veículos. Trata-se, portanto, de um bom exemplo que a cidade dá para outras metrópoles e que deve ser expandido, na medida do possível, para todos os grandes corredores viários da capital. Afinal, estamos cansados de conviver com um trânsito impiedoso, que amedronta os paulistanos e ceifa vidas.

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