José Renato Nalini, Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
O Papa ecológico, Francisco, nos deixou na segunda-feira de Páscoa. A partida de Francisco deixa uma lacuna imensa. Ele foi o chefe de Igreja e de Estado que mais se preocupou com a situação do mundo, face à inclemência com que tratamos a natureza.
Há dez anos ele publicou a Encíclica “Laudato Si”, que é o mais importante documento de tutela da natureza produzido neste século. A defesa do ambiente contempla a relação entre a natureza e a sociedade que a habita. Natureza não é algo separado de nós ou mera moldura de nossa vida. Estamos incluídos nela, somos parte dela, somos a natureza.
O texto precisa ser relido e meditado. Pois fala da ecologia da vida cotidiana, pois o lugar em que se vive deve refletir a identidade pessoal. Aborda a ecologia do homem, sob a forma de lei moral inscrita na natureza de cada ser humano.
É urgente recuperar a harmonia serena com a criação. Pequenos gestos cotidianos podem quebrar a lógica da violência, da exploração e do egoísmo. Sigamos as lições atemporais e perenes de Francisco.