Acolhimento e educação

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Foto: Tiago Gonçalves

Tiago Gonçalves
Maria Isabel Coelho

O som da música e as gargalhadas eram ouvidos do outro lado do portão do abrigo da Avenida Imperatriz Leopoldina, na quarta-feira (31). Nem parecia que se tratava de moradores de rua que aproveitaram a acolhida na noite especial do aniversário de 14 anos do abrigo Zancone, para os momentos de descontração.

Muitos pareciam esquecer os problemas vividos nas ruas ou a dependência química do álcool ou droga para participar do jantar especial, com estrogonofe, e depois das brincadeiras no salão de entrada. As risadas eram provocadas pela apresentação da dupla de palhaço – formada por um educador e um usuário do espaço – no quadro de humor. A supervisora de Assistência Social, Cleide Leonel, a assistente social Leila Murari e a diretora do Instituto Rogacionista, Dulcinea Pastrello, acompanharam a programação.

Um coral formado por um grupo de usuários do albergue cantou a esperança de dias melhores e a busca pela paz interior. Foi emocionante para quem assistiu. O albergue fica em uma importante veia de tráfego do bairro, a Avenida Imperatriz Leopoldina, por onde circulam empresários importantes, gente nova e antiga e também a população de rua. A presença do albergue Zancone na avenida foi motivo de polêmica entre muitos moradores novos e integrantes do Forúm Social da Leopoldina – que discute a situação de moradores de rua. Mas vozes que até então eram contrárias, aos poucos, entendem que sem o espaço, mais de cem homens acolhidos, permaneceriam ao relento pelas calçadas do bairro, engrossando ainda mais a população que perambula pela Leopoldina atraídas pela fartura de doações, alimentos e bicos da Ceagesp (maior entreposto de alimentos da América Latina).

As vagas no albergue são disputadas. Moradores de rua fazem filas na esquina da Rua Froben à espera do Serviço Especializado de Abordagem para encaminhamento para uma das vagas. Nem todos conseguem. A região tem mais de 400 homens morando nas ruas do bairro. O albergue tem 100 vagas, mais 20 no período de baixas temperaturas, devido ao plano emergencial no frio. A expectativa da implantação do Espaço Vida, prometido pelo prefeito João Doria quando foi eleito, parece que ganhou novo nome: CTA – Centro Temporário de Acolhimento. O problema da falta de diálogo com a população, na gestão anterior, parece se repetir na atual, para decisões que impactam a vida em comunidade.

Na ação do Cidade Linda da Avenida Sumaré, no sábado, o prefeito disse que pretende inaugurar 44 Centros Temporários de Acolhimento para moradores de rua até o fim de sua gestão. Sua visão social é justa, É preciso fazer algo, e urgente, para resolver, ou melhor, minimizar o problema social de pessoas que têm a marquise como moradia.

Segundo a supervisora de Assistência Social da Lapa, Cleide Leonel, os CTAs serão a porta de saída dessas pessoas do sistema de assistência, com pessoas inseridas no mercado de trabalho depois de passar por qualificação. Mas a discussão vai além. Na Vila Ipojuca, pais de alunos do Centro de Educação Infantil Jamir Dagir e da Escola Municipal de Educação Infantil Professora Ana Maria Poppovic temem pelos filhos, uma vez que muitos moradores de rua fazem uso de entorpecentes e a área do CDC e da escola é separada apenas por um muro. Eles querem ser ouvidos. Essa semana tem mais uma reunião na Ipojuca. O prefeito regional da Lapa Carlos Fernandes afirma que não existe projeto para área do CDC esse ano, mas os pais das crianças e vizinhos da área sabem que o crack é um entorpecente altamente viciante e torna a pessoa violenta. Essa droga está cada dia mais perto de nós.

Daí o medo dos pais dessas crianças com a possível instalação do CTA e migração de dependentes ao lado das escolas infantis.

Festas juninas e quermesses agitam igrejas e entidades

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Foto: Arquivo JG

Arquivo JG
Festa Junina da Igreja São João Batista

A festança começa neste final de semana com muita pipoca, milho verde e quentão em várias igrejas e entidades da região. A Paróquia São João Batista de Vila Ipojuca realiza a tradicional quermesse neste e nos próximos finais de semana de junho, e no primeiro de julho. Já as festas da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, da Rua Paulo Franco com Brentano, começam neste final de semana (4) e se estendem pelos dias 11, 17, 18, 24 e 25, sábados das 18 às 22h, e domingos das 9h às 21h30. No sábado (3) a igreja recebe a programação especial do Colégio Madre Paula Montalt, das 11h às 17h30, e no dia 10 a festa da Escola Pequeno Urso, das 15h às 22h. As festas da Nossa Senhora de Lourdes terminam no dia 2 de julho. A Paróquia Santo Estevão Rei da Vila Anastácio (Rua Martinho de Campos, 420) também já prepara as barracas e brincadeiras para esse final de semana (3 e 4) e para o próximo, 10 e 11, a partir das 18h.

Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo lança aplicativo

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Foto: Divulgação

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secretário municipal de Trabalho e Empreendedorismo, Eliseu Gabriel

A Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo (SMTE), por meio da Agência São Paulo de Desenvolvimento (Adesampa), lança na terça-feira, 30, plataforma digital inédita “Criado em Sampa On-line”, com tecnologia britânica (desenvolvida em parceria com o Conselho Britânico do Brasil), gratuita para quem quer empreender. O lançamento acontece na sede da Prefeitura de São Paulo, a partir das 9h30. A ferramenta disponibilizará a todos que buscam suporte para empreender, principalmente no segmento da economia criativa. A iniciativa faz parte das ações do Programa Empreenda Fácil e também é um desdobramento dos cursos presenciais do Criado em Sampa, que já capacitaram mais de 500 pessoas em diversas regiões da Cidade de São Paulo neste ano.

O secretário municipal de Trabalho e Empreendedorismo, Eliseu Gabriel, explica que a iniciativa da  atual gestão, de fomentar o empreendedorismo, principalmente o desenvolvimento local, gerando emprego e renda de forma descentralizada. “Estamos dando mais um passo para tornar São Paulo a cidade amiga do empreendedor”, justifica o secretário.

 

Muda Leopoldina começa com plantio e educação ambiental

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Foto: Divulgação

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Grupo de ativistas realiza plantio de espécies nativas na Rua Brentano

Mesmo com o domingo chuvoso, adultos e crianças participaram do plantio coletivo na primeira ação do Muda Leopoldina, um novo movimento de moradores que tem o objetivo de mobilizar a comunidade no plantio de árvores nas calçadas ou em áreas com carência de verde, praças e outros locais públicos da região com oficina de educação e conscientização dos moradores sobre a importância das árvores. O grupo ensina as técnicas corretas de plantio. Todos são voluntários e a participação é gratuita.

O plantio inaugural de quatro mudas aconteceu na calçada em frente à Rua Bretano, 437, e locais próximos (Paróquia Nossa Senhora de Lourdes) com mudas de ipê-amarelo, espécie nativa da Mata Atlântica. “Contamos com a participação motivada das crianças, atuação educativa do Eco Bairro, Fórum Social, Cades, Igreja Nossa Senhora de Lourdes, Muda Mooca e moradores. Vimos muita colaboração entre todos os participantes e uma grande vontade de contribuir para a arborização das calçadas de São Paulo. Agradecemos todo o empenho e franco apoio de nossos parceiros”, postou na rede social Tânia Maia, ativista que teve a ideia junto com Carlos Kauffmann, morador da região da Lapa, que conheceram o trabalho do Muda Mooca e, a partir daí, tiveram a iniciativa de expandir o projeto para a Leopoldina.

Comunidade perde um grande amigo: Hotelo Telles de Andrade

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Foto: Divulgação

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Celebração dos 50 anos da Associação Amigos da Lapa de Baixo presidida por Hotelo Telles de Andrade

A missa de 7º Dia do falecimento do presidente da Associação Amigos da Lapa de Baixo, Hotelo Telles de Andrade será neste sábado, 27, às 15h, na Paróquia Cristo Jovem, no Largo da Lapa. Hotelo faleceu na noite de domingo. Sua esposa, Veridiana disse que Hotelo reclamou de dores na cintura e foi levado para o Hospital São Camilo de Santana, onde foi atendido e faleceu.

Familiares, companheiros de associação, políticos e amigos foram se despedir de Hotelo no velório e na cerimônia no Crematório da Vila Alpina. Segundo Veridiana, a cremação foi um desejo manifestado por Hotelo.

A tesoureira da AALB, Angela Almeida ficou abalada com o falecimento do presidente da AALB. Ela trabalhou por 14 anos com Hotelo, desde a Associação dos Delegados da Polícia Federal, função desempenhada pelo presidente da AALB.

Feijoada do Hotelo – Para o diretor do Jornal da Gente, Ubirajara de Oliveira, as quartas-feiras vão ficar menos movimentadas sem o anfitrião da tradicional feijoada da AALB que virou ponto de encontro de lideranças e políticos de vários partidos para conversas sobre a situação política e econômica da cidade e do País. Em período eleitoral, candidatos a vereador e deputados de várias legendas marcavam presença nas feijoadas de Hotelo.
No último mês, o presidente da AALB chegou a anunciar que estava um pouco cansado e passaria a promover a feijoada somente na última quarta-feira do mês. Na semana anterior ao seu falecimento, ele recebeu o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, Claudinei Pereira, entre outros militares da região. Como a feijoada estava suspensa, Hotelo providenciou outro prato: uma rabada para o almoço. Assim foi a última quarta-feira de vida do presidente da AALB.

Agradecimento – O prefeito Regional da Lapa, Carlos Fernandes postou um agradecimento ao presidente da AALB em sua página na rede social: “Hotelo estou triste pela sua partida. Você é uma pessoa diferenciada, generosa, carinhosa, positiva, ativa, preocupado com os outros, sereno, simples, quase sempre fazia as coisas anonimamente, tranquila, alegre… Não poderia deixar de agradecer, a pretexto da feijoada, o reencontro meu com os amigos e entidades da Lapa. Naquele dia percebi que tinha retornado à Prefeitura da Lapa pela porta da frente, você foi o responsável por isso. Mas a vida é uma passagem e onde você estiver sei que será a mesma pessoa que é. Hotelo, lá na frente, nos encontraremos. Amigo Hotelo, até breve”, manifestou Fernandes sua homenagem pela acolhida e feijoada especial quando assumiu o cargo no início do ano.

A feijoada marcada por Hotelo para a última quarta-feira do mês foi mantida pela diretoria da associação (R$ 30 por pessoa). A vice-presidente, Rosana Altafin assume o cargo deixado por Hotelo.

OAB Lapa lança Campanha do Agasalho 2017

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Rosana Altafin, presidente da Comissão de Ação Social da OAB Lapa

O lançamento da Campanha do Agasalho da OAB Subseção Lapa aconteceu na quarta-feira (24) na sede da instituição. A presidente da Comissão de Ação Social, Rosana Altafin, falou sobre o tema “Coração solidário aquece, quem recebe agradece”. “Queremos sensibilizar os advogados e a comunidade a doar peças para a campanha e ajudar a aquecer aqueles que mais necessitam”, afirma. A campanha tem o apoio do Lions Nova Lapa, Fórum da Lapa, Comid e Grupo Escoteiro Quarupe. Participaram da solenidade o presidente da Comissão de Prerrogativas, Almir Ramos, presidente da Comissão da Saúde e do Idoso, Adriana Silva, vice-presidente da 96° Subseção Lapa, Luís Barros, vice-presidente da Comissão de Cultura, Eventos e Lazer, André Kageyama, além da presidente da Comissão de Ação Social, Rosana Altafin, e a vice-presidente Maria Fernanda Salles. A campanha vai até o dia 29 de junho e a sede da OAB Lapa fica na Rua Afonso Sardinha, 13.

Moradores fazem abaixo-assinado contra CTA no CDC City

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Moradores elaboram documento contra Centro Temporário de Acolhimento

Moradores e empresários se reuniram na sede da Associação de Moradores da Vila Ipojuca (Assavi), na quarta-feira (24) para discutir o texto do abaixo-assinado contra a instalação de um CTA (Centro Temporário de Acolhimento para moradores de rua) na antiga sede do CDC City. O documento elaborado pela comunidade da Ipojuca circula pela internet (Avaaz.com) e em folhas impressas pelo bairro.

A notícia sobre a intenção do prefeito de transformar a área vizinha a duas escolas infantis (a CEI Jamir Dagir e a Emei Professora Ana Maria Poppovic) em um abrigo, veiculada no Jornal da Gente do dia 20, pegou a comunidade de surpresa. Cerca de 80 pessoas participaram do encontro coordenado por Paula e Lúcia Skromov. A comunidade reivindica a instalação da Unidade Básica de Saúde da Vila Ipojuca para o local. A região concentra muitos idosos.

Desde 2007 a comunidade luta pelo retorno da UBS da Ipojuca (Wanda Coelho de Moraes), que está na Vila Romana, para o bairro de origem. Naquele ano, a unidade deixou o imóvel (alugado) da Rua Paumari e foi transferida para uma casa (também alugada) da Rua Catão (1266), na vizinha Vila Romana. Foram várias as tentativas para o retorno da UBS à Ipojuca. Em 2013, o presidente da Assavi, Leonildo Siragna entregou ao então secretário de Esportes Celso Jatene, um abaixo-assinado com o pedido da área do CDC da Rua Sepetiba para a UBS. O processo de transferência para a Saúde só foi feita no final da gestão Fernando Haddad e a área foi reservada para instalação de uma UBS.

No novo abaixo-assinado os moradores justificam que, por se tratar de um terreno contíguo à CEI Jamir Dagir, à EMEI Ana Maria Poppovic e à Biblioteca Infanto-Juvenil Clarice Lispector, um entorno com grande número de escolas das redes pública e particular, a instalação do CTA fere gravemente o Estatuto da Criança e do Adolescente. “Tão importante quanto, é o fato de semelhante intenção, ou decisão, não levar em conta a configuração predominantemente residencial do bairro e o impacto de vizinhança, aspecto legal contemplado no PDE – Plano Diretor Estratégico da Cidade – que é diametralmente oposta ao nosso bem-estar e a nossa vontade”, lembra o abaixo-assinado. “Consideramos fundamental o compromisso da Prefeitura em construir a sede própria e apropriada, em termos de acessibilidade e equipamentos, da UBS da Vila Ipojuca, pois esta sim é uma demanda histórica de toda a população do bairro”. A pedido da Assavi, uma faixa foi fixada pela prefeitura na tela do CDC com os dizeres “Destina-se à construção de um equipamento de saúde”, sinalizando que a área está reservada para a unidade de saúde.

A coleta de assinaturas para o abaixo-assinado vai até 2 de junho. “Por sugestão dos membros da Assavi, o abaixo-assinado tem versões impressas na banca de jornal da Dona Cecília, Praça Sá Pinto, em frente à entidade e ao lado da Pizzaria Vituccio”, avisa Paula Skromov. A versão online (Não ao CTA e Sim à UBS Vila Ipojuca) pode ser acessada na página da Vila Ipojuca no Facebook.

Ouçamo-nos uns aos outros

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Foto: Divulgação

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Soninha Francine é vereadora eleita (PPS) e futura Secretária de Desenvolvimento Social

Diante do crescimento da população vivendo em condições lastimáveis pelas ruas da cidade, muitos se perguntam: “o que fazer com 300 pessoas”? Alguns respondem, pensando no bem dessas pessoas: “elas têm de ir para outro lugar”. Outras dizem o mesmo porque não as querem por perto. Há quem se preocupe com a degradação das pessoas e das ruas.
A resposta da Assistência Social é, em síntese, fazer abordagens com equipes de rua, oferecer encaminhamento para serviços públicos e vagas em Centros de Acolhida, os “albergues”. Não é uma resposta errada – o problema é a pergunta.

A ideia de UM lugar para centenas de pessoas está superada. Galpões com dezenas de beliches devem servir apenas para emergências, não como a principal oferta de estadia. O Poder Público e entidades sociais devem providenciar agora serviços de acolhimento de dimensões menores, adequados aos muitos perfis individuais e configurações familiares diferentes, de modo a realmente proporcionar condições para reconstrução da identidade, dos vínculos e da autonomia. O atendimento “em massa” produz outro efeito deletério: a rejeição dos vizinhos. Enfiar um albergue goela abaixo, como a prefeitura parece querer fazer, suscita má vontade inevitável. Conhecer um ser humano de perto, chamá-lo pelo nome e saber sua história faz toda a diferença. Conhecer uma vizinhança também. Ouçamo-nos uns aos outros para o bem de todos.

O fim de uma etapa

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Foto: Tiago Gonçalves

Tiago Gonçalves
Maria Isabel Coelho

Chega um ponto em que as lideranças dos bairros da gente saem de cena de repente. Foi o caso do presidente da Associação Amigos da Lapa de Baixo, Hotelo Telles de Andrade que faleceu na noite de domingo por causa de um aneurisma abdominal. Familiares e amigos foram pegos de surpresa com o encerramento da etapa de vida do presidente da AALB por aqui.

Delegado aposentado da Polícia Federal, ele transformou a associação em um ponto de encontro de associados, amigos e lideranças, não só da Lapa, mas de bairros vizinhos como Pirituba e Freguesia do Ó, para sua tradicional feijoada às quartas-feiras. Era um bom anfitrião.

As quartas-feiras vão ficar sem seu jeito simples de contar histórias de vida ao final da refeição. Quando comemorou 80 anos, recebeu amigos da Lapa para sua festa. “Não acrescente dias à sua vida, mas vida aos seus dias!”. Foi com essa mensagem que Hotelo, um lapeano por adoção, convidava um grupo de amigos para a festa, em novembro de 2009. Ex-diretor da Associação dos Delegados da PF – Regional São Paulo, Hotelo nasceu em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, cidade onde ingressou na Polícia Federal nos anos 50. O presidente da AALB era um homem de muitas histórias. Em 1952 ele trabalhou no Palácio do Catete (governo Getúlio Vargas) e em 1973 chegou a São Paulo. Três anos mais tarde foi para Brasília fazer curso de inspetor e foi nomeado delegado em 1982, aposentando-se dois anos mais tarde. Durante nove anos foi diretor da Associação dos Delegados da Polícia Federal – São Paulo integrando a entidade na vida comunitária da região.

Hotelo assumiu o comando da AALB após o falecimento de Décio Ferreira, que presidiu a associação até 2009. Ao contrário de seu antecessor, ele não era nascido nem morava no bairro, mas fez da associação da Lapa de Baixo sua casa. Antes de chegar à AALB, ele já promovia encontros gastronômicos aos amigos na associação dos delegados da PF.
A feijoada às quartas-feiras foi uma maneira que encontrou para tentar atrair moradores para a entidade. Quando convencido da importância das reivindicações, disponibilizava a sede para reuniões. Um desses encontros foi comandando pelo morador e empresário Paulo Sérgio Favero, em junho de 2016, para discutir soluções para os pontos viciados de descarte de lixo na região. Na Praça Sebastião Jayme Pinto e na Avenida Ermano Marchetti, Hotelo deixa o marco de entrada da Lapa de Baixo, inaugurado em sua gestão.

A mandioca frita, o torresmo à pururuca e a farofa da feijoada não terão o mesmo sabor sem sua conversa e histórias da época de Getúlio. Os subs e agora prefeito regional sempre foram recepcionados em feijoadas especiais. Cortesia de Hotelo. Foi em suas feijoadas que muitos políticos descobriram a Lapa. Em período de eleição, muitos candidatos participavam do almoço com salão lotado. Não era restaurante, apenas um motivo para Hotelo reunir em volta da mesa amigos para uma boa prosa. No domingo ele chegou ao fim de uma etapa, saiu de cena para ficar na memória.

Proteção ao pedestre

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Foto: Divulgação

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José Police Neto - Vereador

Há três semanas está na pauta de votação da Câmara Municipal o projeto de minha autoria que cria o Estatuto do Pedestre. Quando sancionada pelo prefeito, será a 1ª legislação de São Paulo que coloca o pedestre como foco principal da política de mobilidade do município. Se até agora tivemos o carro como ator das políticas públicas da cidade, com o Estatuto teremos o pedestre como prioridade. Afinal, somos todos pedestres e quem anda a pé é sempre mais vulnerável e mais precisa de proteção.

Na prática, a lei irá garantir à população sinalização adequada ao pedestre, mais tempo de travessia nas faixas, iluminação nas calçadas – e não só no viário para os veículos – e pavimentos com menos buracos e que possibilitem um caminhar sem perigo de queda aos pedestres e livre acesso aos portadores de deficiência.

A questão é urgente e precisa ser deliberada pela Câmara. Dados recentes divulgados pela CET mostram que o número de atropelamentos na cidade tem aumentado. Os parlamentares são favoráveis ao projeto – tanto que todos assinaram como coautores do texto. A proposta conta ainda com o aval do Secretário Municipal dos Transportes, que manifestou publicamente ser favorável à adoção do Estatuto. Questões políticas que nada tem a ver com o estatuto têm barrado sua aprovação final em plenário. Seria importante para a população da cidade que os vereadores deixassem por um instante suas queixas de lado e fizessem um esforço conjunto para aprovar este projeto que interessa a todos.
Na próxima quarta a nossa luta continua!