Quem for ao Sesc Pompéia  (Rua Clélia, 93) poderá conferir um pouco da tradição e modernidade de Istambul no Festival Istambul Agora. Uma mostra de artes-visuais de cinco artistas contemporâneos fica no hall de entrada do teatro até o dia 22. Imagens captadas pelo veterano fotógrafo Ara Güler estão na mostra “Olho de Istambul” que permanece até 1º de julho, na Área de Convivência. Nelas, Güler valoriza as pessoas de seu País, que estão sempre em primeiro plano nas fotos preto e branco da exposição.
Talita Miranda assina a curadoria junto com Ilhan Ersahin. “É uma curadoria parceira entre eu e o Ilhan Ersahin, um novaorquino (como a gente fala) que nasceu na Suécia, mas viveu muito na Turquia e circula no mundo tocando (ele é músico). A intenção era criar essa relação de Istambul com São Paulo porque são dois centros muito importantes, globalizados e que tem uma população jovem grande. Tem muito da troca, da universalidade do Oriente com o Ocidente. Essa questão religiosa também é muito forte, mas do que aqui num certo sentido. Lá a maior parte do território é islâmico. Acho que o artista tenta traduzir essa forma política, um sistema econômico que esteja acontecendo, com sua expressividade”, diz Talita.
A influência de outras nacionalidades também está no festival. DJ Baris K (20h30), DJ Ipek Ipekçioglu e VJ Karajan (21h30) e Wonderland e Lena Sizanli (21h) sobem ao palco da Choperia neste sábado (14). No domingo haverá novas apresentações às 18h (Choperia e Teatro) além de workshop “Música Turca para crianças” (11h) e de “Dança do Ventre” (15h). “Talita tem uma relação com o povo da Turquia e com o Ihan, que é nosso curador. Essa exposição procura manter essa nossa tradição de valorizar todas as etnias, as diversas manifestações de fora com as quais a gente tem alguma relação. Fico contente pelo Sesc realizar esta exposição e por ver a Talita tão empenhada e integrada no mesmo espírito que o pai e a família procura ter”, disse o diretor Regional do Sesc-SP, Danilo Miranda, pai da curadora do evento.

No arborizado Espaço de Leitura do Parque da Água Branca, o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo realiza o evento Oca di Versos – Awê de literatura indígena, até 29 de abril. A curadoria é da antropóloga e escritora, Deborah Kietzmann Goldemberg, que busca aproximar o público do índio contemporâneo.
Em época do lançamento do filme Xingu, que exibe a luta dos irmãos Villas Bôas para preservar os povos indígenas, da comemoração do Dia do Índio (19 de abril) e do Descobrimento do Brasil em 22 de abril, o evento conta com a presença de índios de diversas etnias e lugares do Brasil, como Guarani, Pataxó, Munduruku, Pankararu e Kaingang.
O Awê literário é uma oportunidade do público ouvir histórias, assistir apresentações de música e canto, e participar de oficinas de grafismo e ilustração indígena. Entre os destaques do evento está um bate-papo com o maior escritor de literatura indígena do Brasil, Daniel Munduruku (às 11h deste sábado, 14), a apresentação de Bino Pankararu e os “escondidos”, figuras míticas da cosmologia da etnia que se vestem com roupas de palha (dias 28 e 29). As oficinas também prometem ser uma oportunidade de interagir e aprender técnicas de arte dos aborígenes. O ilustrados Maurício Negro realiza oficina no domingo (15), 11h, com o tema Mundo Munduruku. No dia do Descobrimento do Brasil, 22 de abril, o escritor de literatura nativa e presidente da Associação Guarani Nhe e Poram Olivio Jekupé se apresenta com o Coral da Aldeia Krukutu (Parrelheiros, SP), às 11h.
A entrada do Espaço de Leitura é feito pelo portão da Rua Ministro Godói, 180. A entrada é gratuita. Outras informações sobre o evento “Oca di Versos – Awê de literatura indígena” podem ser obtidas pelo telefone 2588-5918.