A corrida pelo voto ganha força, mesmo que de forma tímida devido às alterações da Lei eleitoral que encurtou o tempo de campanha de 90 para 45 dias e proibiu doações de empresas. Esse ano, a Lei só permite contribuição de pessoas físicas para campanha dos candidatos e partidos, além de outras restrições. Todos que passaram pelos encontros do Jornal da Gente comentaram da dificuldade de arrecadar doações para a campanha.

Nessa reta final, os candidatos plantam as últimas sementes para colheita no dia 2 de outubro. Assim como preparar a terra é fundamental para se ter flores na primavera, os candidatos precisam conquistar o eleitor antes do pleito com bons projetos, ética e transparência. Esses são ingredientes que se revelam adubo para boa germinação nas urnas. Quem preparou o solo terá colheita farta de votos.

Para ajudar a comunidade nessa escolha, a Página Editora e o Jornal da Gente recebeu o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição Fernando Haddad no encontro À Mesa com Empresários com cerca de 160 convidados em uma palestra-almoço. Haddad falou sobre a importância da renegociação da dívida para o município. “São Paulo era uma cidade insolvente, que não tinha dinheiro para nada quando eu assumi em função da dívida que tinha com o governo federal”, lembrou o prefeito de sua principal promessa de campanha em 2012. “O fato concreto é que (com a renegociação) a nossa dívida caiu de R$ 72 bilhões para R$ 28 bilhões durante o meu mandato”, afirmou.

Para Haddad, no longo prazo o projeto das ciclovias será valorizado pela população. Na City Lapa, moradores não pensam assim. Neste sábado, eles se reúnem para discutir ações para pedir, via Ministério Público, a retirada da faixa de ciclista da área residencial tombada. No À Mesa com Empresários, o prefeito disse que de forma semelhante ao que ocorreu na Praça Vilaboim, em Higienópolis, é possível rever as rotas. Seu plano é ainda reabrir o Hospital Sorocabana – fechado desde 2010 – por andar, não de uma vez, mas o projeto ainda está em estudo. Ao ser questionado sobre o Conselho Participativo Municipal que na Lapa teve eleição invalidada, o prefeito afirmou que a ideia é que os conselhos sejam geridos apenas pela sociedade civil de forma autônoma e sem interferência governamental.
Além de Haddad passaram pelo À Mesa o candidato tucano a prefeitura de São Paulo João Doria e Marta Suplicy para falar dos projetos para a Cidade. Foram muitos cafés com candidatos à Câmara Municipal.
Saímos na frente ao lançar a nova série “Vota Lapa”, na quarta-feira, com candidatos ao legislativo que moram ou tem alguma atuação na região (social ou empresarial) e nunca tiveram mandato.

O Jornal da Gente inovou quanto ao debate sobre o legislativo. Eles se inscreveram de forma espontânea para participar do evento que foi transmitido pela internet para abrir espaço de divulgação para eles. Representantes de entidades, moradores e empresários mais uma vez prestigiaram a apresentação dos 11 candidatos regionais que pleiteiam uma vaga na Câmara Municipal.

Uma semana é o tempo que resta para analisar cada candidatura antes do dia 2 de outubro. Opções não faltam para escolha nesta primavera eleitoral.

Sonhar faz bem. Todos sonham com uma vida melhor, um bom emprego ou com um carro novo, moto ou casa própria. Seja lá qual for, para alcançar o desejo, as mães, em geral, nos ensinam ainda crianças que é preciso comer para crescer forte e depois estudar, batalhar, ir à luta para ter o sonho realizado.

Foi assim que o assessor de eventos da CPTM, Roberval Andrade Nucci conseguiu comprar sua motocicleta para os passeios com a mulher e amigos, trabalhando muito. Aos 47 anos quis realizar um de seus sonhos de vida. No dia 1º de setembro ele postou na rede social a frase de Amyr Klink: Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir. “É o que farei no dia 7/9 com minhas companheiras Paula Guido e ‘Branca de Neve’ minha motocicleta onde percorreremos mais de 8000 quilômetros passando pelo Uruguai, Argentina e Chile”, escreveu em sua página na internet.

Foi o aviso aos amigos do Facebook da realização de um sonho, mas a planejada viagem foi interrompida pela ação de dois homens que o abordaram no cruzamento da Rua Francisco Alves com Tito, na Vila Romana, poucos quarteirões a frente de sua casa. Os bandidos acharam que ele era um policial por causa do porta documentos que tinha preso à perna (de uso comum entre motociclistas). Apesar dos apelos de sua mulher de que não se tratava de policial, um deles efetuou o disparo na cabeça de Roberval. A motocicleta de Roberval, alvo principal da ação dos ladrões foi deixada para trás junto ao seu corpo. Segundo o cunhado da vítima, a dupla levou R$ 60 e a vida do assessor de eventos da CPTM, interrompendo a tão sonhada viagem de moto até o Chile.

Quem conheceu Roberval, ou Bob como era tratado entre amigos, ficou chocado com a violência. Várias manifestações na rede social revelam a pessoa do bem que era. “Foi muito triste”, relatou o fotógrafo do Fundo Social de Solidariedade, Fernando Lambert ao falar da despedida do amigo no Cemitério do Morumbi. Sua esposa continua em estado de choque. Fatos como esse nos leva a uma reflexão sobre independência, sonho e realidade. No dia seguinte ao feriado de 7 de setembro, data do crime, aconteceu seu sepultamento no Cemitério do Morumbi. No mesmo dia 8, a Folha de S. Paulo publicou o texto “Por Cidades mais seguras” de autoria de Ilona Szabó de Carvalho, Ivan Marques e Eduardo Pazinato que fala do cenário de violência que o País vive. Não é só São Paulo ou a Lapa, mas segundo o texto, 60 mil mortes violentas ocorrem por ano no Brasil. “Não é mais possível que os candidatos às eleições municipais se isentem do debate sobre o papel do município na segurança pública”, frisa o artigo que revela mais: no país que possui 32 das 50 cidades mais violentas do mundo, é inadmissível que a segurança pública não seja pensada de maneira a engajar os diferentes entes federados e os diversos segmentos sociais na construção de uma sociedade mais segura”.

Os autores do editorial tem razão. No momento que se discute a eleição do prefeito da maior cidade do Brasil, a população precisa refletir sobre a escolha do candidato que vai se dedicar a investir mais em educação e segurança para todos. Para ter uma cidade mais segura é necessário o envolvimento de todos para que sonhos não sejam perdidos como o de Roberval.