Relativo

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São Paulo chega aos 466 anos com muita história e transformação. Claro que o tempo é relativo, então é difícil dizer se estamos em um momento de evolução, como cidade, adequado para esses mais de quatro séculos. Se pensarmos bem, tivemos evoluções tecnológicas muito mais rápidas nos últimos dez ou vinte anos do que no último século. Cidades consideradas avançadas foram antes comunidades milenares. Então é relativo comparar a evolução de uma cidade, uma região ou um bairro.

A Lapa é somente um pouco mais nova que a cidade, com 429 anos. Neste aniversário de São Paulo temos algo para comemorar? Em minha modesta opinião temos sim. Vemos um crescimento da preocupação com políticas em prol do meio ambiente, a ampliação de modais de transporte e do uso de bicicletas, temos uma arquitetura impressionante que permite a coexistência de arranha-céus e sobradinhos, temos centenas de museus, teatros e, quando o assunto é lazer, sejam passeios, bares ou restaurantes, não faltam opções. Foi-se o tempo em que a Ceagesp era o único local para comer na madrugada, após uma festa, convescote ou seja lá como se chamava o “rolê” da época. São Paulo não para, literalmente.

Mas é claro que, mesmo com tantas coisas boas, também temos as ruins. A violência ainda é presente, sem dia, local ou hora para ocorrer. Temos uma considerável população em situação de rua, faltam equipamentos de saúde e, apesar de alguém antenado conseguir acompanhar a programação gratuita na cidade, para muitos a cultura e o lazer são inacessíveis, com muitos bairros sem nenhum centro cultural.

Os problemas de zeladoria também incomodam quem é afetado por eles. E aí vale a pena pensar de forma relativa novamente. Temos problemas na nossa região, alguns bastante recorrentes. Quem acompanha as reuniões dos conselhos comunitários de segurança que o diga. Mas quem já visitou outros bairros da cidade, pode confirmar que, de forma geral, a Lapa está muito melhor que outros lugares.

Com a dedicação de moradores, entidades e a possibilidade de diálogo com órgãos públicos, os conflitos tendem a se resolver. Que continuemos assim, dedicados a tornar nosso bairro e cidade em lugares cada vez melhores, de forma semelhante à missão do Luigi em promover a cultura de paz, história essa que pode ser encontrada adiante, nesta edição.

A reflexão é válida não só para o dia 25 de janeiro, mas para todos os dias: que a cada ano que passar, a cidade esteja mais próxima de um lugar ideal para se viver e conviver, já que as pessoas são diferentes e São Paulo permite essa pluralidade. E que todos considerem o que desejam para a cidade em outubro, nas eleições.

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