Retomada responsável

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A pandemia não foi uma surpresa, ainda que tenha pego governos e sociedade despreparados para lidar com ela. Nas discussões da Conferência Habitat III, em 2016, e do Fórum Urbano Mundial da ONU, em 2018, o tema foi “A Cidade Resiliente”, já avaliando inclusive o risco crescente de epidemias em escala global.

Mas a concretização da ameaça pegou o Brasil e a cidade de São Paulo em péssimas condições para enfrentar o desafio. Além das crônicas deficiências do SUS, vivemos um momento de extrema polarização política no qual não bastam as decisões técnicas que deveriam ser suficientes. Ainda que muito necessário, não foi construído consenso num ambiente poluído de ideologias e fake news.

O impacto da pandemia fragilizou uma economia já em crise; outro obstáculo para esse consenso. Na capital paulista, o que acabou acontecendo foi tentar compensar a falta de capacidade de impor um efetivo isolamento social e contenção da circulação com experiências mirabolantes de tentativa e erro – bloqueio de vias, rodízio ampliado, feriadão extemporâneo.

Nesta retomada, temos um enorme desafio à frente: garantir os cuidados para uma reabertura responsável. Duas questões me preocupam: concentrar as atividades em 4 horas (ao invés de ampliá-las, para evitar aglomerações) e a lotação no transporte coletivo. Sem a devida atenção da Prefeitura a isso, corremos o risco de ser obrigados a dar um passo atrás.

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