Subprefeitura dá inicio à revitalização

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Eduardo Fiora e
Renata De Grande

A partir deste domingo, 14 de agosto, a Rua Doze de Outubro e imediações voltam a ser palco da eterna tensão entre o poder público, comércio ambulante e estabelecimentos comerciais, que há décadas insistem em falar línguas diferentes. Desta vez o motivo da discórdia é a Portaria nº 22/SP/LA/GAB/2005 assinada pelo subprefeito da Lapa, Paulo Magalhães Bressan, que no dia 10 de agosto determinou data e hora para o início “das obras de revitalização, limpeza e urbanização nas ruas 12 de Outubro, Cincinato Pomponet, Clemente Álvares, Afonso Sardinha, Nossa Senhora da Lapa, Dronsfield, Barão de Jundiaí, John Harrison e Praça Melvin Jones”. Isso significa, que a partir das 15h do domingo, todos os ambulantes deverão instalar suas barracas, provisoriamente (até a conclusão das obras) em dois locais indicados pela Subprefeitura: Viela Ema Angela Murari (altura do número 99 da Rua Joaquim Machado) e o Bolsão de Estacionamento (em frente ao Mercado da Lapa).
O que pode parecer uma simples medida burocrática é, na verdade, um grande barril de pólvora, já que os ambulantes, acusando Bressan de não abrir diálogo sobre a reurbanização, prometem protestar. O subprefeito se defende, dizendo que as obras são necessárias e, ao serem concluídas, a Lapa como um todo – ambulantes, lojistas e população em geral – será a grande beneficiada. “Vamos promover a limpeza das galerias, desobstruir bocas-de-lobo, atacar o grave problema da presença de ratos. Além disso, os próprios lojistas se comprometeram em reformar as calçadas da região”, explica Bressan, que pretende entregar os serviços totalmente executados no aniversário da Lapa em 12 de Outubro. No processo do retorno dos camelôs às ruas, Bressan garante que somente permaneceram no local aqueles devidamente cadastrados e possuidores do TPU (Termo de Permissão de Uso).

Clima tenso
A aparente tranqüilidade do subprefeito contrasta com o nervosismo dos ambulantes e com a preocupação dos lojistas. Os primeiros duvidam que todas as obras estejam concluídas nesse prazo estimado e também se queixam que os locais oferecidos para essa fase de transição são inadequados. Já o comércio regularmente estabelecido, sempre apontando para a via do diálogo em busca de uma solução definitiva, teme que haja confrontos entre a polícia e os camelôs. “Repudiamos a violência. O problema do comércio ambulante está em toda a cidade. Só ações planejadas podem resolver essa questão. E isso implica numa só atitude: muita conversa e espíritos desarmados “, afirma o presidente da Associação dos Lojista e Proprietários do Centro Comercial da Lapa, Gaetano Brancati Luigi.
Com um discurso nessa mesma linha, o superintendente da Associação Comercial de São Paulo- Distrital Lapa (ACSP-Lapa), Douglas Formaglio, acredita que essa nova ação da subprefeitura, pode gerar um novo convívio entre ambulantes e lojistas, desde que “permaneçam aquelas regularmente inscritos e que vendam mercadorias de acordo com a lei”.
Para garantir que as ruas sejam reurbanizadas e estejam de fato livres a partir de domingo, a Polícia Militar montou um esquema especial de apoio à Subprefeitura Lapa. O comandante do 4ºBatalhão de Polícia Militar Metropolitana (4ºBPM/M), tenente-coronel Rinaldo de Albuquerque Pereira destacou um efetivo de mais de 150 homens, vindos inclusive de ouras companhias. “Esperamos que prevaleça o bom senso e que não haja violência. Mas, se houver resistência, saberemos agir de maneira adequada, sem excessos”, declarou Pereira.

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