Águas sobem com falta de obras

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Reflexo da enchente atingiu o Alto da Lapa

Em 2007, técnicos do IPT-USP, em
seminário organizado pelo Jornal da Gente alertavam: precisamos nos
precaver pois não é só no verão que passaremos a conviver com chuvas
mais fortes.
Na reta final deste inverno, o sinal amarelo dos especialistas passou
para o vermelho durante a terça-feira, 8, quando vários bairros da
cidade, mais uma vez, não suportaram a força e volume das águas.
Na região da Sub Lapa os reflexos dessa situação foram imediatos com o
alagamento de diversos pontos já tradicionalmente crônicos: baixos do
viaduto Mofarrej (Leopoldina), cruzamento das ruas Passo da Pátria e
Barão de Passagem (Vila Hamburguesa), Rua Aliança Liberal (City Lapa)e
a Avenida Imperatriz Leopoldina (transbordamento do córrego) foram
algumas das áreas atingidas pelas chuvas. São pontos recorrentes e não
há previsão de obras de drenagem. A Sub Lapa informa que existem apenas
estudos em andamento para intervenções em galerias da Leopoldina.
Desta vez, as chuvas voltaram a castigar a Ceagesp, que reviveu o clima
da grande enchente de 2005. Segundo a assessoria de imprensa da
Ceagesp, apenas o setor de comercialização de melancias e abacaxis foi
afetado diretamente pela chuva. Cerca de 40% dos produtos estocados no
setor, equivalentes a 300 toneladas, tiveram contato com a água. A
estimativa é que o prejuízo atinja aproximadamente R$ 220 mil.
A Ceagesp ressalta que essas frutas foram totalmente destruídas, antes
de serem enviadas para descarte final, para evitar qualquer
possibilidade de aproveitamento para consumo.
Na Lapa de Baixo as águas deixaram alguns pontos intransitávies na região da Ermano Marchetti e Marques de São Vicente.

Refluxo do rio
A enchente da Ceagesp reforça a hipótese lançada com exclusividade pelo
JG em abril, pois como aconteceu com a região do Mercado da Lapa em
fevereiro, a área afetada inundou após a chuva e não durante o
temporal. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado à
Universidade de São Paulo (USP), diz que, fenômenos assim, poderiam, em
tese, ser explicados a partir do seguinte modelo: o Rio Tietê, cuja
calha foi aprofundada na gestão Alckmin, estaria com seu nível bastante
elevado, com as águas encobrindo os dutos dos vasos condutores que nele
desembocam, trazendo para o leito fluvial as águas da chuva (captadas
pela rede de galerias pluviais). Uma vez encobertos pela água do leito
do Tietê, esses dutos sofreriam um efeito tampão, ou seja, rejeitariam
as águas pluviais que refluiriam pelos canais de condução, invadindo
ruas e avenidas.

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