Descompassos urbanos

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Eduardo Fiora, editor do Jornal da Gente

Um olhar atento na paisagem dos bairros da gente nos mostra o quanto estamos crescendo e quão grande é o descaso das autoridades municipais em relação a esse frenético desenvolvimento.
Duas matérias publicadas nesta edição confirmam o parágrafo anterior. Uma delas mostra que na região da Pompeia, com reflexos imediatos na Lapa, persiste um sério problema que há anos tira o sono de moradores e comerciantes: ausência de obras de combate às enchentes, o que significa sinal vermelho na próxima temporada de chuvas em áreas como Viaduto Pompeia, Ruas Turiaçu, Barão do Bananal, entre outras.
Estudo encomendado no ano passado pela extinta Empresa Municipal de Urbanismo (Emurb) – hoje desmembrada em SP Obras e SP Urbanismo – ainda não foi finalizado. A demora para tanto pode estar num fato alertado em 2009 pela presidente da Associação Amigos de Bairro da Vila Pompeia, Antonietta Lima e Silva. A Emurb colocou numa mesma licitação cotação de preços para estudos de drenagem e estudos de soluções viárias, incluindo aí uma operação complexa: a transposição de trilhos da CPTM para ampliação da Avenida Auro Soares de Moura de Andrade (região da Avenida Francisco Matarazzo). Tantos estudos significam prazos maiores para apresentação de resultados, prejudicando, dessa forma, o encaminhamento de so-
luções para o mais grave de todos os problemas da Pompeia: justamente as enchentes.
Na Vila Leopoldina, outro bairro que alaga a cada chuva mais forte ou mesmo moderada, não bastasse a falta de obras de drenagem, técnicos da Sub Lapa encarregados do despacho de documentos retardam o início dos estudos do Plano de Bairro, um instrumento urbanístico que, se transformado em Lei, irá nortear o desenvolvimento planejado de uma região que cresce sem critério algum.
Na Vila Romana, o descompasso existente entre crescimento e obras de infraestrutura é pior ainda, uma vez que não existe nenhum instrumento de planejamento urbano previsto para um bairro onde, da noite para o dia, quarteirões inteiros de casas térreas ou sobrados cedem lugar a projetos de grandes torres residenciais.
Por fim, no Jaguaré, a história se repete. Novo adensamento na divisa do bairro com a Leopoldina sem que a Prefeitura se preocupe com os impactos dessa expansão.
Diante desse quadro, é imperativo que o G-8 ( grupo de vereadores engajados com a região da Subprefeitura da Lapa) se manifeste no sentido de viabilizar, urgentemente, o diálogo entre a sociedade civil organizada e os secretários municipais envolvidos com a questão do planejamento urbano.

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