Violência no trânsito

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O número é assustador e mesmo assim, a sociedade brasileira ainda reluta em ser mais dura no combate à violência no trânsito. Em 2010, 38 mil pessoas morreram em consequência de acidentes e atropelamentos em estradas e áreas urbanas. Isso dá uma média de mais de 3 mil mortes por mês. A grande tragédia que chocou o mundo, o 11 de setembro, causou a morte de mais de 2.900 pessoas.

Uma pergunta que não quer calar – “até quando iremos ignorar que o Brasil é palco de um onze de setembro a cada mês?”- começa a ganhar corpo aqui na Zona Oeste, palco recente de tragédia no trânsito urbano. As mortes da advogada Bruna Baltresca, de 28 anos, e a sua mãe, Miriam, de 58, ambas vítimas de atropelamento, no dia 17, na calçada do Shopping Villa-Lobos (Marginal Pinheiros), desencadeia profunda reflexão e já desperta na comunidade ações de mobilização com o objetivo de humanizar o trânsito na cidade.

Rafael Baltresca, que perdeu mãe e irmã no mês passado, é ex-aluno Colégio Campos Salles. Segundo ele, os Bombeiros afirmam que o motorista que matou seus familiares apresentava sinais de embriaguês. Na quinta-feira, 29 de setembro, ele palestrou para um grupo de alunos do Ensino Fundamental do Colégio Santo Ivo, onde estuda sua sobrinha. Baltresca, falou para uma platéia que logo mais terá em mãos a Carteira de Habilitação e é diariamente seduzida pela mídia eletrônica (Rádio e TV, principalmente) a conquistar o sucesso, a diversão e o prazer sexual bebendo cerveja, por exemplo. Não foi á toa, portanto, que o conteúdo central da palestra, que fez muitos alunos irem às lágrimas, alertou para a perigosa relação entre o consumo de álcool e capacidade de dirigir.

Meses atrás, este jornalista ficou estarrecido com a cena que presenciou. Logo pela manhã, por volta das 10h30, um grupo de jovens universitários (cerca de 10 rapazes e moças) jogava conversa fora num bar próximo à Faculdade. Na mureta do estabelecimento comercial, improvisada como mesa, nada de suco ou refrigerantes. Uma do lado da outra, para facilitar o trabalho do garçom que fecharia conta, ficavam em evidência 12 garrafas de cerveja.

A PM e a Sub Lapa, já estão atentas a esse quadro e, juntas, começam a atuar no cerco dos bares que vendem bebidas alcoólicas muito próximos a instituições de ensino. O Colégio Santo Ivo aderiu á cruzada cidadã de Rafael Baltresca. O Consabs Lapa estuda uma forma de organizar abaixo-assinado a ser entregue ao G-10. É a sociedade lapeana em movimento, fazendo a parte que lhe cabe, em particular no campo da educação, pois violência no trânsito pode e deve ser combatida não apenas com o rigor da lei, mas com ações educativas na escola, e sobretudo, no âmbito familiar.

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