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Ao fechar os dados do primeiro trimestre de 2012, a Secretaria de Segurança Pública nos mostra estatísticas extremamente preocupantes no que diz respeito a furtos e roubos de veículos em áreas de responsabilidade do 4º Batalhão da Polícia Militar e de três Distritos Policiais (7º DP, 23º DP º e 91º DP).

Somente no 7º DP foram registradas 419 ocorrências de furtos (quase 140 mês ou 4,6 por dia). Com 170 ocorrências em março, a região dos bairros da Lapa, Lapa de Baixo, Vila Romana, Vila Ipojuca, parte da Pompeia, entre outros, é a campeã de furtos de veículos na capital. De janeiro para março deste ano, o aumento nesse tipo de crime atingiu preocupantes 65%.

Entre furtos e roubos, o mês de março fechou com 214 ocorrências, o que equivale dizer que a cada dia quase sete veículos sumiram das ruas.

Na Vila Leopoldina e adjacências, área do 91º Distrito Policial, foram registrados no primeiro trimestre 160 Boletins de Ocorrência relativos a furtos de veículos. Em janeiro aconteceram 34 furtos; em março 75 (aumento de 120%).

Mesmo com uma tendência de queda em abril, uma série de considerações e questionamentos podem e devem ser feitos, a começar pela necessária comparação entre o crescimento dos bairros e a oferta de efetivos (homens, viaturas) das forças policiais (PM e Civil). Os dados do crescimento populacional são públicos e recentes (censo de 2010) e permitem comparações com dados do IBGE divulgados em 2000. Já aqueles referentes aos efetivos policiais são absolutamente reservados, o que gera um primeiro impasse na busca de soluções por parte da comunidade. Sem acesso a números fica mais difícil pleitear a reestruturação do policiamento na região.

A saída para esse tipo de situação passa por uma articulação entre comunidade e comandos da PM e Policia Civil, de modo que aquela exponha suas preocupações e demandas, e estes revelem a um grupo fechado de representantes, o percentual da defasagem dos efetivos (homens/viatuas), a carência de equipamentos e um plano básico estratégico de combate ao crime na região.

Com esse quadro devidamente traçado, a comunidade teria plenas condições de bater à porta dos gabinetes do alto escalão da Segurança Pública do Estado de São Paulo e até mesmo do governador para pleitear a tão necessária cobertura das defasagens apontadas.

Anos atrás, representantes de diversos setores da comunidade posaram para uma foto histórica, ao redor de uma grande mesa no Palácio dos Bandeirantes, tendo o Geraldo Alckmin ao centro. Naquele encontro, uma série de reivindicações foram feitas, entre elas, o Poupatempo Lapa, que em abril de 2012 se tornou realidade graças à articulação comunitária que se mostrou vencedora.

Cabe agora, enquanto comunidade, repetirmos a estratégia em relação à Segurança Pública nos bairros da gente.

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