Cidadania verde

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Na região existem aqueles que arregaçam as mangas e vão à luta na defesa do meio ambiente. Maria Antonietta de Lima e Silva, da Associação Amigos da Vila Pompeia, e Cecília Lotufo, do Movimento Boa Praça, são dois exemplos de como exercer a cidadania engajando-se em projetos que criam ou revitalizam áreas verdes.
Antonietta, há quase duas décadas, defende a construção de uma praça nas proximidades do Viaduto Antártica, de modo a fixar área verde numa região onde o concreto urbano deixou pouquíssimo espaço permeável. Mas a visão ambientalista da líder comunitária encontra resistência na figura da própria Prefeitura, com a Secretaria da Cultura insistindo em transformar parte significativa da área pleiteada pela líder comunitária em circo. Antonietta recorreu ao Ministério Público, que recomendou à Prefeitura respeitar antigos limites fixados como reserva de área verde no terreno em questão. Isso afeta a intenção da Secretaria de Cultura de erguer um picadeiro na Pompeia. Resta saber se o prefeito Kassab abrirá mão do circo, que consta nos seu Plano de Metas, dizendo sim à histórica demanda comunitária.
Já Cecília Lotufo nos mostra como a persistente mobilização da comunidade, no sentido de revitalizar áreas verdes, alcança os resultados esperados tendo duas bases de sustentação: a vontade de fazer a diferença em grupo e a sensibilidade do poder público (Prefeitura) em aderir ao projeto apresentado com pequenas obras necessárias. Foi assim que o Movimento Boa Praça junto com moradores da Vila Anglo Brasileira conseguiram a reforma da Praça Paulo Schiesari, transformada em símbolo de cidadania verde.
Em época de eleição para prefeito e vereadores, os exemplos citados, somados a outra histórica luta no campo ambiental – a de Gláucia Prata na transformação da ex-usina de compostagem da Leopoldina em parque – nos indicam caminhos a serem seguidos quando temos pela frente um outro grande problema verde: a complexa questão da poda e remoção de árvores, envolvendo subprefeitura e Eletropaulo.
Isso significa que, comunitariamente, há de se lutar por mais verbas orçamentárias destinadas à Subprefeitura Lapa, de modo que a mesma possa contratar número adequado de equipes para podar e remover grande quantidade de árvores que temos na nossa região. Da mesma forma, faz-se necessária a união de esforços no sentido de cobrar da Eletropaulo uma atuação bem mais eficaz no tocante a podas ou remoções, onde o impeditivo é o emaranhado de fios da rede elétrica da cidade presos aos galhos das árvores.
Nesse sentido, é mais do que oportuna a mobilização do Ciesp Oeste de abrir, em conjunto com a comunidade, diálogo com a diretoria da Eletropaulo. O debate centrado na repetida queda de energia na nossa região, pode muito bem ser alargado, trazendo para o centro das discussões a Sub Lapa e a Secretaria do Verde e Meio Ambiente.

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