Agenda política

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Desde 2008, este espaço defende a necessidade de, enquanto comunidade, reaprendermos a fazer política, não no sentido de um balcão de toma láda cá, algo sempre condenável do ponto de vista ético, mas sim no plano nobre do diálogo transparente e direto com o “agente político”, como pontuou o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Police Neto (PSD), na abertura da série de Café com Política, na quarta-feira, 11.
Os convidados que participaram do encontro promovido por este jornal ouviram de Police Neto, membro do G-8 (grupo de vereadores engajados com as demandas da região da Subprefeitura da Lapa), uma mensagem inequívoca: a articulação feita pelo agente político não pode ser maior do que a vontade comunitária. Trocando em miúdos: de nada vale termos contatos privilegiados na Câmara Municipal (G-8) se comunitariamente não conseguimos articular propostas ou ações de planejamento visando à superação dos problemas locais.
Um exemplo prático dessa assertiva do presidente da Câmara vem da Leopoldina. Após visitar a região e ficar impressionado com o avanço desordenado da verticalização, Police Neto se dispôs a apoiar (via emenda no orçamento) a realização do Plano de Bairro, instrumento indutor de planejamento urbano previsto no Plano Estratégico. Emenda aprovada, a realização do Plano de Bairro não seguiu adiante, pois faltou, no âmbito comunitário, conjunto de forças organizadas (associativismo) capazes de sustentar tal  proposta.
Com a proximidade das eleições de outubro e na perspectiva de formação de um novo e ampliado grupo de vereadores comprometidos com os bairros da gente, é importante, desde já, traçarmos uma agenda política mirando os próximos quatro anos. Uma agenda que pontue quais demandas serão colocadas à mesa do diálogo entre comunidade e vereadores, abrindo dessa forma uma interface consolidada com o Executivo Municipal (prefeito e secretários).
Vivemos nossa vida cotidiana numa região em permanente e agressiva transformação. São processos que, invariavelmente, chegam de cima para baixo, pegando a todos nós de surpresa. E como lembra Police Neto, não é fácil, do ponto de vista coletivo, reinventar a cidade quando sequer participamos da invenção dela. Sendo assim, um desafio pode ser lançado neste momento: reinventar os bairros da gente a partir de um saber fazer política comunitariamente engajado e absolutamente ético e transparente. 

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