Viver em comunidade

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Greves de servidores públicos sempre são um grande divisor de opiniões. Porém, mais do que discutir se é ou não justo o projeto de reforma da previdência proposto pela prefeitura e todo o debate político polarizado que naturalmente surge, é válido fazer uma reflexão sobre o que é viver em comunidade.

Uma frase dita por um pai na reunião que aconteceu na Emei Dona Leopoldina nesta semana chama atenção: “A escola é uma comunidade, ou participamos ou não faz sentido”. E ele tem toda razão. Isso parece muito natural ao pensarmos em questões que estamos diretamente envolvidos. É claro que um pai ou mãe quer acompanhar de perto a qualidade do ensino que é oferecido aos seus filhos, se a escola tem boas condições de segurança, se existem funcionários suficientes para tomar conta do número de alunos, entre outros. E o que é mais admirável nesta escola que se destaca pela qualidade que oferece, é que ela de fato funciona como uma comunidade. Pais e professores conversam e se dedicam para ter um bom relacionamento e conquistar sempre os melhores resultados para todos.

No caso da paralisação que está em andamento isso ficou bem evidente, sendo que os pais de alunos entenderam as demandas dos professores que aderiram à greve e ainda se disponibilizaram a estar na escola para ajudar.

Isso poderia se estender a todos os serviços públicos. É fácil criticar uma greve quando se pode pagar plano de saúde, escola particular, previdência privada e sem depender de transporte público. Mas muitas pessoas não têm essa opção. E em um país que diz que não irá mais tolerar nenhum tipo de corrupção, é de se estranhar a passividade geral com notícias de um possível aumento das passagens dos ônibus e aumento do IPTU, enquanto grandes grupos econômicos, como os bancos, seguem com dívidas bilionárias com a prefeitura. Certamente não são os diretores dos bancos que sentem o peso em seu orçamento mensal quando ocorre um aumento nas passagens de ônibus.

Se realmente quisermos ser um país desenvolvido é preciso que os altos impostos que pagamos retornem na forma de serviços para a população. Quem puder pagar mais por uma educação ou saúde melhor, tem todo o direito de buscar isso, mas o que é básico deve ser acessível a todos e com qualidade. O exemplo de parceria entre pais, funcionários e alunos da escola infantil da região tem muito a ensinar para todos nós sobre o que é viver em comunidade. Diálogo e dedicação para melhorar a vida das pessoas que convivem são o caminho para uma realidade mais justa.

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