Região tem impactos no trânsito com cratera na Marginal Tietê

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Foto: Governo do Estado de São Paulo

Governo do Estado de São Paulo
Cerca de 4 mil m³ de concreto foram utilizados para preencher o poço de ventilação

A notícia que repercutiu durante toda a semana foi o acidente no canteiro de obras da Linha 4-Laranja do Metrô, próximo à futura Estação Santa Marina, que resultou na abertura de uma cratera na pista local da Marginal Tietê. A abertura ocorreu após uma tubulação de esgoto próxima ao poço de ventilação se romper. A galeria estava três metros acima da tuneladora, equipamento mais conhecido como “tatuzão”.

Desde o dia do incidente, impactos de trânsito puderam ser notados na região. Dados do Trancity, plataforma de gestão e monitoramento do transporte público de ônibus, indicam que o redirecionamento do tráfego alterou a dinâmica das vias no entorno. O congestionamento atípico ficou próximo de 3 km durante toda a manhã, enquanto a velocidade de operação da região permaneceu reduzida em 6,8 km de vias em comparação com o funcionamento normal da cidade. Um levantamento realizado pela TV Globo com dados da plataforma Waze indicou que entre as 5h e as 20h59 de segunda-feira (31) foram registrados 77.100 alertas de congestionamento. No mesmo período de terça, o total de alertas subiu para 153.042, um aumento de 98%.

Trabalhando em conjunto, a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM)e a Sabesp liberaram a pista central da Marginal Tietê na tarde de quinta-feira (3). Isso foi possível após a concretagem da abertura do poço de ventilação. Foram instalados 200 metros de tapumes na pista local para permitir a limpeza do espaço e evitar que a curiosidade de motoristas pelo trabalho das equipes cause lentidão no fluxo de veículos.

Na quinta-feira (3) também foi iniciado o bombeamento do esgoto que está na saída de emergência e nos túneis da obra para um coletor localizado na margem direita, oposta ao acidente,  do  Rio Tietê. Parte do esgoto  também  vai  ser bombeado para o interceptor ITI-1, um supertúnel de 3,4 metros de largura, 2,65 de altura e 7,5 km de extensão construído embaixo da Marginal Tietê no trecho entre a Avenida do  Estado  e  a  Ponte  do Piqueri, e será encaminhado para tratamento na ETE Barueri.

A cratera foi preenchida com 4 mil m³ de concreto, o equivalente a 650 caminhões betoneira e suficiente para construir um prédio de 25 andares. Foram despejados 12 mil m³ de pedras no poço, o que corresponde a 1,2 mil caminhões basculantes. Mais de 220 colaboradores da STM, Sabesp e Linha Uni atuaram na realização desses trabalhos.

O governador João Doria e o prefeito Ricardo Nunes se reuniram na quarta-feira (2) com representantes da empresa Acciona, responsável pela construção da Linha 6-Laranja do Metrô. “Solicitamos à Acciona que não medisse esforços e nem investimentos para a recuperação da Marginal Tietê. Entendemos que acidentes podem ocorrer, embora não devessem, e recebemos uma resposta positiva para o atendimento imediato e investimento no que for necessário para a rápida recuperação da obra da Linha 6 e, principalmente, da funcionalidade da Marginal Tietê”, afirmou Doria.
Robson Bertolotto, chefe da Defesa Civil da Lapa, também esteve no local do acidente para avaliar o entorno. Questionado pelo JG, ele afirmou que não foram identificados riscos para os imóveis próximos.

A Secretaria de Transportes Metropolitanos e a Sabesp acompanham o andamento dos trabalhos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para apurar os fatos e possíveis causas do acidente.

Ainda não há previsão de quando a pista local da Marginal Tietê será liberada. O tatuzão, que passaria pela Estação Santa Marina em março, permanece no túnel que foi alagado. Após a drenagem o maquinário será avaliado e deverá passar por manutenção. Apesar da impossibilidade de definir neste momento a retomada das obras no poço, o prazo de entrega da Linha 4-Laranja foi mantido em outubro de 2025.

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