USP monitora áreas verdes nos bairros

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Em tempo de debates sobre os impactos da revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo, onde é grande a preocupação com adensamento nos miolos de bairros e a formação de ilhas de calor ao redor de áreas verdes como City Lapa, pesquisadores da Universidade de São Paulo lançam a UrbVerde,  plataforma gratuita de monitoramento ambiental para todos os municípios do estado de São Paulo com indicadores socioambientais atualizados na promoção e suporte à decisão para políticas públicas e análises científicas.

Disponibilizada na Internet (https://urbverde.iau.usp.br), a UrbVerde traz mapeamentos anuais e em escala intraurbana, relatórios sobre ilhas de calor, índices de vegetação por setores censitários urbanos e distribuição e acessibilidade de espaços institucionais como parques urbanos e praças para os 645 municípios paulistas.

Para Marcel Fantin, professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) e  coordenador do projeto, um aspecto fundamental no desenvolvimento da UrbVerde é o uso de dados abertos, incluindo informações provenientes de sensoriamento remoto, censos e o OpenStreetMaps (produção colaborativa de dados geoespaciais). “Essa abordagem permite o acesso fácil e transparente às informações, garantindo a replicabilidade e escalabilidade oferecidas pela computação em nuvem”, afirma Fantin. “Além disso, a plataforma busca uma interação estreita com os municípios interessados, promovendo o engajamento e a participação ativa na aquisição de dados para políticas públicas locais”.

A plataforma oferece soluções para o tratamento de imagens de satélite e análise espacial, permitindo o acesso a dados abertos de maneira simples e intuitiva, com métricas e informações para apoiar a tomada de decisões em políticas públicas. Está dividida em três produtos principais, oferecendo análises e acompanhamento de dados em coleções anuais: parques e praças; cobertura vegetal urbana e índice de vulnerabilidade socioambiental; e Temperatura de Superfície Terrestre (TST) e ilhas de calor.

Ao dar um panorama completo sobre a disponibilidade e qualidade de parques e praças,  a UrbVerde revela um  dado preocupante:  apenas 11,33% dos municípios paulistas atendem às diretrizes da ONU de 9 m² de áreas verdes por habitante. Além disso, a análise demonstra uma grande desigualdade na distribuição desses espaços, que refletem a disparidade de renda. Zonas de menor renda tendem a ter menos áreas verdes qualificadas, evidenciando a necessidade de ações para promover uma distribuição mais equitativa. (Fonte: Jornal da USP)

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