Um problema de todos

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Como se diz na linguagem popular, a dengue ‘pegou a nossa região de jeito’. Em janeiro, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), órgão da Secretaria Municipal da Saúde, registrou nos seis distritos da Subprefeitura Lapa mais de 200 casos da doença, dos cerca de 1800 registrados em toda a cidade – ou seja, mais de 10% dos casos de dengue em São Paulo, até agora, foram registrados aqui.

Diante desses números tão assustadores é importante analisar por que os bairros da nossa região têm aparecido no topo do ranking entre as áreas com maior incidência de dengue na capital. Levando-se em conta o coeficiente de incidência por 100.000 habitantes, o distrito da Vila Jaguara tem o maior índice da cidade (534,5), enquanto a Vila Leopoldina aparece em terceiro lugar (76,2).

A falta de conscientização pode ser um dos motivos que explica essa porcentagem tão alta, mas talvez não seja o principal. Afinal de contas, com tantas campanhas realizadas pela Prefeitura e o boca a boca entre os moradores, quase todo mundo sabe que não deve deixar água parada em vasos, baldes ou latas em casa.

Já um ponto importante a ser levado em consideração, certamente, é que entre os distritos da Sub Lapa há várias áreas fortemente adensadas com casas e terrenos vazios, além de um grande número de praças.

As áreas públicas e os imóveis habitados estão sendo alvo das inspeções e fumacês realizados pela Prefeitura, que mantém um esquema especial de combate à dengue em toda a cidade, inclusive aumentando de 2 mil para 12 mil o número de agentes de combate à dengue na cidade e incrementando a frota de carros que pulveriza as ruas com inseticida.

Os imóveis abandonados ou que estão para alugar ou vender, no entanto, ficam à mercê das chuvas, principalmente agora no verão, tornando-se perigosos criadouros do mosquito Aedes aegypti. Seus proprietários seriam os responsáveis por manter esses locais livres de água empossada, mas a realidade é que poucos se preocupam com isso. Nesses locais, embora os agentes de combate tenham autorização judicial para entrar e realizar seu trabalho, essa é uma tarefa complicada, pois nem todos os imóveis vazios e abandonados possuem acesso fácil.

Então, o que fazer nesses casos? Uma campanha específica talvez surta efeito positivo, despertando pelo menos uma parte dos proprietários de terrenos e casas vazios para que deem a devida atenção ao problema, mesmo que este esteja longe de onde moram.

Se cada um fizer a sua parte, todos ganham. E São Paulo poderá ficar livre da dengue.

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