Má gestão e dívidadas fecham Sorocabana

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Corredores vazios retratam a crise do hospital da Rua Faustolo

Sem dinheiro em caixa para honrar compromissos de qualquer natureza, incluindo a folha de pagamento, o Hospital Sorocabana anunciou na quinta-feira, 2, a suspensão do atendimento em todos os setores.
A crise do hospital se arrasta há pelo menos quatro anos, acompanhada em parte pela Secretaria Municipal de Saúde, embora privado, o Sorocabana tinha mais de 80% do seu faturamento atrelados ao atendimento de pacientes via Sistema Único de Saúde (com repasses da prefeitura e governo estadual).
Desde março a Prefeitura vinha tentando um acordo de parceria com a diretoria do hospital, com aval do Ministério Público, que propôs a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). O JG apurou que o TAC previa a implantação de uma unidade AMA a ser construída e administrada pela Secretaria de Saúde nas instalações do Pronto-Socorro do Sorocabana. Pacientes que pudessem ser encaminhados pela AMA ao Sorocabana seriam atendidos pelo hospital que faria caixa e, paulatinamente, começaria a operar no azul. Com isso, a Prefeitura esperava estancar um dos pontos de hemorragia crônica do hospital, uma vez que o PS era altamente deficitário, dando fôlego para que o Sorocabana se recuperasse.
Nos últimos três meses o déficit orçamentário cresceu e a saída encontrada pela diretoria foi recorrer a empréstimo bancário. O JG apurou que o valor do empréstímo foi de R 15 milhões, tendo como garantia receitas que o Sorocabana recebe do SUS. A dívida seria paga em 36 parcelas (mais de R$ 400 mil cada uma). Acontece que a entrada de recursos via SUS, que já chegou a R$ 1,2 milhão/mês, atingiu, em certos meses, R$ 500 mil. Mesmo assim, a operação de alto risco acabou sendo concretizada pelo banco.
Até o fechamento desta edição, a diretoria do Sorocabana não havia se manifestado sobre a suspensão das atividades. O mesmo ocorreu com a Secretaria Municipal de Saúde, que se limitou a informar que em momento algum houve interrupção dos repasses do Sistema Único de Saúde ao hospital da Rua Faustolo.

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