Alma para os gestores

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No domingo, dia 11, um bairro da região, a Vila Hamburguesa, nos deu belo exemplo do que significa preservar tradições culturais, que colocam em primeiro plano dois alicerces básicos de uma sociedade qualquer: a família e o convívio comunitário.
Para comemorar a Festa do Divino Espírito Santo, famílias portuguesas reviveram antigo costume vindo dos Açores e encheram de cores e música o salão da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Irmãos, primos, pais, mães, filhos e filhas, incluindo aí crianças (todos vestindo roupas típicas), emocionaram os presentes com antigas canções que cruzaram o além-mar e se perpetuaram geração após geração em solo lapeano.
No arco dos últimos três anos e cinco meses, nos quais os gestores de plantão na Rua Gauicurus, 1000, sede da Subprefeitura da Lapa, pouco ou mesmo nenhum valor deram às manifestações populares, que anualmente se repetem, uma pergunta se faz oportuna: o que esperamos de um subprefeito, nato ou não, nos aspectos que vão além das questões de caráter administrativo?
Para quem, como nós, por fé de ofício, convive cotidianamente com as comunidades locais, fica fácil expressar esse sentimento cravado no coração das pessoas que por estas regiões criaram raízes novas ou antigas. Com certeza podemos dizer que elas gostariam de contar com um subprefeito que, antes de doutor ou doutora, pudesse ser chamado de amigo. Afinal, a velha-guarda da região ainda faz questão de nos ensinar, com exemplos vivos, o impagável valor da amizade. E sendo o subprefeito um amigo, as pessoas desse cantinho Oeste da cidade ficariam felizes se ele aceitasse a participar das festas que por aqui são organizadas.
É possível dizer, sem medo de errar, que as pessoas dos bairros da gente ainda sonham com a fotografia que há quase cinco anos deixou de existir no álbum das memórias locais: o amigo subprefeito sorrindo com a gente, brincando com a gente, brindando conosco à vida e vida em comunidade. As pessoas dos bairros da gente, procuram, desde janeiro de 2005, a alma gestora capaz entender e valorizar um “arraiá julino”, as quermesses paroquiais, o Baile de Máscaras, o Baile dos Pioneiros….
O que elas querem é simplesmente que o gestor escolhido para ocupar o gabinete principal da Rua Guaicurus, 1000, tenha a capacidade de ser “gente como a gente” e mostre a todos nós uma face humana – até agora escondida -, que se integre comunitariamente.

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