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Vez por outra, surge nas rodas de debates na Vila Leopoldina uma certa indignação e perplexidade em relação à subutilização, e até mesmo um inexplicável abandono, de um bem público na movimentada Avenida Imperatriz. Trata-se da antiga garagem da CMTC, hoje parte dos ativos da São Paulo Transporte (SPTrans) – empresa pública gestora do sistema de ônibus na cidade. “Essa área de 30 mil metros quadrados é utilizada como depósito de coletivos que se tornaram bens bloqueados pela justiça, sendo a SPTrans fiel depositária”, explica o gerente de Apoio Patrimonial da companhia, Ivan Freitas.
Segundo ele, a empresa é obrigada a guardar cerca de 1.200 veículos, espalhados por diversos locais, em pontos distintos da cidade. “A garagem da Leopoldina abriga 286 carros. Isso implica num custo operacional que em nada contribuiu para a saúde financeira da empresa. Estamos empenhados na busca de soluções para desonerar a companhia, o que se daria com a liberação desse terreno para locação, por exemplo”, acrescenta Freitas.
Recentemente, parte do lote sob guarda da SPTrans na Leopoldina foi direcionado para leilão. Dos 81 carros disponibilizados, apenas 30 foram arrematados. “Para desocupar a garagem da Avenida Imperatriz precisamos encontrar áreas capazes de receber todos os veículos indisponíveis, o que não é uma tarefa fácil”, avalia o gerente da empresa.
No local, a SPTrans não mantém um só funcionário próprio. O movimento de pessoal na garagem fica por conta apenas de uma equipe de segurança, serviço prestado por uma empresa contratada.
Na avaliação de Freitas, o terreno poderia ter um uso bem diferente do atual. “É claro que um depósito de carcaças não é útil para a empresa e muito menos para a população local”, afirma ele. “Se a subprefeitura tem alguma idéia de transformar esse terreno num bem que possa servir à população, estamos abertos ao diálogo para juntos encontrarmos uma solução ”, acrescentou Freitas.
Algumas sugestões
A reportagem do Jornal da Gente vem acompanhando a deterioração desse bem público, cujos muros servem de abrigo para a população de rua, um fenômeno que, aparentemente, parece estar crescendo na Vila Leopoldina. Em conversas com o subprefeito Paulo Bressan e com a Secretaria de Educação deixamos pelo menos duas sugestões de um novo uso para a garagem as SPtrans. Transformá-la num Centro Cultural, já que a região não conta com salas públicas de teatro, por exemplo, ou então ocupá-la com equipamentos da rede de ensino municipal.
