Lixo em debate

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Não há como deixar de produzir lixo, mas ninguém quer ficar com ele por perto devido ao odor e insetos. Então é preciso buscar alternativas para reduzir a quantidade produzida. Entre elas está transformar boa parte do lixo nosso de cada dia em resíduos reaproveitáveis. Mas a questão é como fazer isso? A resposta para essa questão será revelada pelo presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Silvano Silvério da Costa, e a gestora do Instituto 5 Elementos, Mônica Borba, que participam do Café com a Comunidade que a Página Editora (que publica o Jornal da Gente) realiza na manhã de terça-feira (24).  

Será uma rara oportunidade de debater com os especialistas os desafios da destinação correta dos vários tipos de resíduos que tanto incomodam a comunidade, dos descartes irregulares de móveis, pneus e animais mortos em pontos viciados do bairro, a importância do uso dos ecopontos, reciclagem de materiais e a diferença entre lixão e transbordo. Só para exemplificar a gravidade da questão dos resíduos, basta recordarmos a greve de oito dias dos garis do Rio de Janeiro que deixou a cidade um caos, no início de março. Após o fim da paralisação cerca de 18 mil toneladas de lixo foram retiradas das ruas. Mais perto está à vizinha Vila Madalena, que após o jogo do Brasil contra o México, teve as ruas repletas de lixo deixado pela multidão, na madrugada de quarta-feira (18).Esses episódios mostram a dificuldade de conscientizar a população da sua responsabilidade sobre o lixo que produz. Para contribuir com essa missão, o Jornal da Gente apóia o programa Consumo Sustentável e Ação na Subprefeitura Lapa elaborado pelo 5 Elementos. O diagnóstico feito pelo instituto sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos revela que cada um dos 305.526 habitantes da Sub Lapa produz 1,56 quilos de lixo por dia, resultando em 476.620 quilos de lixo/dia só na região. Isso significa que estamos 56% acima da média nacional de produção de lixo por habitante que é 1quilo/dia. Conclusão: produzimos muito lixo e precisamos reduzir esse número.

Algumas iniciativas públicas são lançadas como o projeto Composta São Paulo, que vai selecionar dois mil domicílios para receber uma composteira doméstica e participar de oficinas de compostagem e plantio, que vão ajudar a reciclar parte dos resíduos domésticos, diminuindo o descarte nos aterros. Outra ação pública foi a inauguração da Central de Triagem Mecanizada pela Prefeitura,no início do mês, que processa 250 toneladas/dia de materiais recicláveis. Vários são os serviços, debates e iniciativas para manter a cidade mais limpa e sustentável, falta apenas a mudança do mau hábito de de algumas pessoas. Sabemos que isso não acontece de um dia para o outro, mas é preciso começar agora.

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