Desafio verde

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Durante toda semana, o cenário na região da Lapa foi de árvore por todo lado, no meio do caminho, em cima de casas, muros e carros. Espécies, troncos e galhos obstruíam a passagem de pedestres e veículos como um emaranhado verde. Foi assim na Duarte da Costa, onde duas arvores caíram, uma de cada lado do trecho entre a Rua Mercedes e a Praça José Maria Felipe. No dia da tempestade os moradores ficaram ilhados entre as duas árvores que tombaram. O vigia da rua relatou que tanto as que caíram como outras espécies da rua tinham pedido da Prefeitura para poda.

O temporal deixou um rasto de destruição e morte. Essa semana o clima ainda era de tristeza na oficina da Rua Albion onde o pintor de carros de 23 anos morreu eletrocutado depois que um galho de árvore caiu sobre a rede elétrica e atingiu o rapaz debaixo do temporal. Foi outro caso que vizinhos e funcionários da oficina afirmaram que os pedidos de poda estavam registrados há pelo menos dois anos. Foram muitas quedas de árvores e muitos prejuízos à comunidade. Árvores caíram sobre muros, telhados e fiação elétrica de casas. Carros foram perdidos esmagados pelos arbustos. Segundo a Subprefeitura, muitas das árvores já foram removidas. Sobre aquela cujo galho quebrou em cima da fiação elétrica da Rua Albion e vitimou o jovem, a Subprefeitura afirma que constavam solicitações de poda datadas do ano de 2014, mas que o serviço foi executado no mesmo ano. Já em 2016 novas solicitações mencionavam entupimento de calhas pela queda de folhas no telhado e por este motivo solicitavam a retirada da árvore.

De acordo com o órgão, na Duarte da Costa, a equipe da Subprefeitura trabalhou em conjunto com os bombeiros, Defesa Civil, Eletropaulo e contou com apoio de equipes da Superintendência das Usinas de Asfalto no corte e recolha do material, assim como em vários outros locais da região.
A demora na remoção das ruas foi justificada pela quantidade de árvores que caiu, 144. A SubLapa afirma que as equipes trabalharam todos os dias, mas devido ao montante de quedas que o temporal ocasionou, foram executadas ações por ordem de prioridade: desobstrução de ruas e acesso de veículos e imóveis, desobstrução do passeio e recolha dos materiais. Todos espalhados não só pela Lapa, mas também em outos distritos como Vila Leopoldina, Pompeia, Perdizes, Jaguara e Jaguaré.

Uma coisa não se pode negar, a tempestade foi muito forte. A região registrou 64,6 mm de chuva, mais de 50% do total esperado em outubro para toda a cidade e ventos de até 66,7 km/h. O vigia da Rua Duarte da Costa disse que nunca viu uma chuva como a do dia 20. Segundo ele, a rua parecia um rio de tanta água. A guarita balançou com a força do vento. O relato retrata a fúria da natureza, mas ele comentou que se tivesse mais manutenção por parte da Prefeitura, provavelmente as árvores não cairiam.

Conforme levantamento da Secretaria de Coordenação, apenas em logradouros públicos a Subprefeitura Lapa possui cerca de 27mil árvores. Se considerar as que estão em praças e áreas verdes, ultrapassa a marca de 50 mil unidades.

O desafio do atual subprefeito José Antônio Queija é arrumar a casa para entregar o gabinete da Guaicurus 1000 ao novo subprefeito, ou melhor, para o Prefeito Regional como planeja o prefeito eleito João Doria. Muitos nomes despontam como indicação para o cargo. Seja quem for o escolhido de Doria, terá que conhecer bem os problemas da região, como as árvores, com seu tamanho grande e a demanda que aumenta a cada dia pela retirada de exemplares doentes ou velhos e inclinados, prestes a cair. A esperança é que o prefeito regional da Lapa mantenha o verde da região para qualidade do ar, de vida e saúde da população.

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