Um mercado de possibilidades

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O abastecimento está mesmo na pauta de discussões. O debate sobre o futuro da Ceagesp é um dos assuntos que divide opiniões, em especial de moradores da Vila Leopoldina, onde está instalado o maior entreposto de alimentos da América Latina. Pelo menos, foi o que revelou o Café com a Comunidade realizado pelo JG, dia 16, com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim. Uns querem a saída do entreposto para modernização da área de mais de 700 mil m², outros preferem ter a venda dos produtos frescos no bairro, mesmo que de forma parcial. O impasse sobre o local do projeto de uma nova Ceagesp segue sem definição. Enquanto isso, as especulações continuam.

Paralelo à questão da Ceagesp está outro debate, não menos importante, também ligado ao abastecimento da região: a concessão do Mercado da Lapa como parte do Projeto de Desestatização do prefeito João Doria. Depois de passar pela primeira votação e Audiências Públicas na Câmara, vereadores do G-19, grupo que apoia o prefeito, mas, segundo José Police Neto (PSD), com independência para apresentar ideias, visitaram o Mercado da Lapa no dia 24, quando a central de abastecimento lapeana completou 63 anos. Além de Police Neto, esteve no mercado seu colega de PSD, Rodrigo Goulart, Reginaldo Tripoli (PV) e Zé Turin (PHS), todos do G-19. Police explicou que a conversa com o presidente da Acomel e comerciantes do mercado foi sobre a concessão.

O grupo desenhou um artigo inteiro do projeto para cada um dos 14 mercados e sacolões. Nele, os permissionários, como os do Mercado da Lapa, ganham a preferência no processo. O artigo mantém o caráter público, sem cobrança de acesso do usuário para o uso do banheiro, por exemplo, e também dá direito ao concessionário de explorar o espaço de estacionamento, publicidade e eventos no seu interior.

Pelo Mercado da Lapa passam cerca de 8 mil pessoas por dia. Nas sextas e sábados chega a 12 mil e em época de Natal, mais de 20 mil. Para atender melhor esse público, a Acomel (Associação dos Comerciantes do Mercado da Lapa) investiu na reforma de banheiros que ganharam acessibilidade para deficientes e no telhado que recebeu proteção térmica. A reforma proporcionou mais conforto para trabalhadores e público, resultando em menos gastos de energia pelos equipamentos de refrigeração. O Mercado é um local de muitas possibilidades de investimentos futuros.

A expectativa do grupo de vereadores é que até setembro sejam apresentadas as manifestações de interesse e investimento para as concessões.

Os comerciantes do Mercado da Lapa terão que seguir exigências. Entre elas se profissionalizar para ter direito à essa prioridade no Programa de Desestatização.
Agora é aguardar mais um pouco para saber como fica essa discussão.

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