As escolas de samba da região conseguiram boa colocação no carnaval deste ano. A Águia de Ouro da Pompeia entrou no sambódromo do Anhembi com cerca de 3800 componentes contando a história do fogo com enredo “Com todo gás, a Águia de Ouro é Fogo”, sábado. Os carnavalescos, Cebola, Gal e Bety retrataram nas alegorias o fogo desde os primórdios da humanidade até a era do gás encanado. A expectativa dos componentes era o primeiro lugar. Falta de garra não foi, todos entraram no desfile com o samba na ponta da língua e do pé, mas a “Música venceu” e a Vai-Vai levou o troféu de campeã 2011 com a história de superação do maestro João Carlos Martins.
Mesmo com os imprevistos e a mudança dos baixos do viaduto Pompeia a poucos dias do desfile, a escola se manteve no grupo de elite do carnaval paulistano com a sexta colocação entre as melhores de 2011. Depois de renascer das cinzas da apuração de quarta-feira, os componentes da Águia se preparam para construir a nova quadra na Marginal Tietê, ao lado do barracão usado como sede da escola. Como depois de cada desfile, a diretoria começa a fazer o esboço do próximo carnaval.
Já as vagas do Grupo Especial deixadas pela Nenê de Vila Matilde e a Unidos do Peruche foram preenchidas pela Dragões de Real (Vila Anastácio) e a Camisa Verde e Branco (Barra-Funda), que superaram todas as outras escolas do Grupo de Acesso e subiram para a elite do carnaval de São Paulo. Com 269,25 pontos, a agremiação da torcida organizada do São Paulo saiu da sede na Vila Anastácio para se sagrar campeã do Acesso com o samba-enredo “A felicidade se conta em contos”, a 1,5 ponto de vantagem da segunda colocada, Camisa Verde e Branco.
A presidente da Império Lapeano, Luizinha, comemora a colocação da agremiação da Vila Leopoldina no Grupo 3 do carnaval paulistano. No desfile de domingo, a Império falou sobre os direitos das crianças no enredo “No sorriso inocente, a certeza de um amanhã melhor. Sonhando, sorrindo e brincando, eu sou criança e o futuro eu posso mudar”, na Avenida Alvinópolis, na Zona Leste. “Nós pegamos o segundo lugar junto com Bambas, com 167 pontos, mas no quesito de desempate (harmonia) acabamos em terceiro, mas ganhamos o troféu Sambista de Ouro com a ala das crianças”, comenta Luizinha.

A comissão de carnaval da Escola de Samba Águia de Ouro foi buscar nos primórdios da humanidade a história do fogo como inspiração do samba-enredo que a agremiação coloca na passarela do Anhembi, neste sábado, 5. Segunda desfilar, a Águia entra na avenida com o enredo “Com todo gás, a Águia de Ouro é fogo!”, às 23h15.
O carnavalesco Cláudio Cavalcante, o Cebola, revela como montou o enredo. “Eu peguei o fogo desde a essência, o fascínio da nação pela descoberta e ele passando por civilizações até chegar ao gás que é o carro chefe da escola”, explica Cebola.
Para retratar o enredo, a escola da Pompeia leva para o desfile a chegada dos lampiões a gás na cidade de São Paulo e nas grandes metrópoles brasileiras. “A gente chama o gás natural de combustível da Nova Era e termina o carnaval com o nosso folclore popular. Eu paguei esse misticismo e trouxe dentro do bioma da nossa floresta, boitata, curupira, mula sem cabeça, todos esses elementos ligados ao fogo, terminando em uma grande festa junina esse enredo Com todo Gás, a Águia de Ouro é fogo!”, revela o carnavalesco.
Além de Cebola, participam da comissão de carnavalescos Gal (Sérgio Caputo) e Bety Trindade. Depois de desocupar os baixos do viaduto Pompeia, a Águia sai para o desfile do barracão, na Marginal Tietê (Avenida Presidente Castelo Branco, 7683). “A Gal vem em cima do carro da Águia e eu e o Cebola trabalhando no chão”, acrescenta Bety.

Império e Dragões saem no domingo
Nos baixos do Viaduto Mofarrej, a presidente da Império Lapeano, Luizinha dá os últimos retoques para o desfile deste domingo, 6, meia-noite, na Avenida Alvinópolis, próxima do Metrô Vila Esperança, na Zona Leste. A escola vai falar sobre os direitos das crianças no enredo “No sorriso inocente, a certeza de um amanhã melhor. Sonhando, sorrindo e brincando, eu sou criança e o futuro eu posso mudar”.
Já a escola da Vila Anastácio, Dragões da Real, é a última a entrar no sambódromo do Anhembi com “Felicidade se conta em contos”, também no domingo, primeiro dia de desfile do grupo de Acesso.

A ONG Condomínio Cultural será o ponto de encontro do Bloco Xaranga da Pompeia, que sai pela primeira vez neste sábado, 26, pelas ruas da Vila Anglo Brasileira, a partir das 15h. Não é a toa que o bloco começa o desfile pelo local. O imóvel tem uma ligação histórica com o bairro e já foi moradia de um dos construtores da Pompeia, Antonio Ferreirinha, escola e depois um hospital.
Aliás, o antigo prédio da Rua Mundo Novo (342), de onde parte o bloco neste sábado, está sendo transformado em uma organização de interesse social (Oscip) pelo empresário Kako Guirado e Géssica Arjona, o Condomínio Cultural. Toda a história começou quando o empresário procurava um local para sediar sua empresa da área de eventos. A intenção de colocar o negócio no prédio foi abortada, dando origem a um projeto de ocupação cultural para beneficiar a comunidade com oficinas e cursos gratuitos de capacitação, voltados para jovens.
Foi depois do 1º piquenique Condomínio Cultural, em 27 de novembro, que nasceu na comunidade a ideia do bloco que sai da Rua Mundo Novo, 342, e segue pela Félix de la Rosa, Praça Araçariguama, Rua Bica de Pedra e encerra na Mundo Novo.

Muitos moradores desceram dos seus apartamentos para participar ou só para ver a saída dos foliões do Bloco Passaram a Mão na Pompeia, de frente do bar Santa Zoé, na Rua Cotoxó. Várias gerações se encontraram no 5º grito de carnaval do bloco no último sábado, 19. Um escocês, bonecões e até Elvis Presley estava ente as fantasias do desfile.
A moradora de um prédio da Rua Desembargador do Vale, a baiana San Oliveira estava entre os espectadores. San ficou por horas no ponto de ônibus da Cotoxó, em frente ao Santa Zoé. “Venho até aqui só pra assistir a concentração. Assim que o bloco sair eu volto para casa”, disse a mulher.
O casal de compositores de marchinhas Manoel Ferreira e Ruth Amaral foram mais uma vez homenageados. Esse é o segundo ano que a dupla desfila no bloco. “A senhora não deixa o carnaval morrer”, dizia Vanessa Oliveira a Ruth Amaral, ao elogiar a alegria e disposição da compositora. Vanessa lembrou de sua infância, quando pulava carnaval no Nacional (clube). “Não tem mais essas coisas na Cidade. Só em blocos como esse que é para pessoas de todas as idades”, disse a folião.
Um dos idealizadores do Passaram a Mão na Pompeia, Ricardo Zambo, desfilou de gondoleiro, fazendo uma crítica bem humorada às enchentes que atingem a Pompeia. “O bloco é para a família, tinha muitas crianças. Foi muito bom”, avalia Zambo.

O Bloco Passaram a Mão na Pompéia desfila neste sábado, 19, pelas ruas do bairro. A concentração será no mesmo lugar dos anos anteriores, em frente o Bar Santa Zoé (Rua Cotoxó, 522), a partir das 12h.
Segundo um dos organizadores, Ricardo Zambo, o tema desse ano será “Pompeia, a Veneza brasileira”, que faz alusão as enchentes que atingem o bairro. A folia terá a participação do casal de compositores de marchinhas carnavalescas Ruth do Amaral e Manoel Ferreira, ilustres moradores da Pompeia que terão a vida contada na edição do SBT Repórter do próximo dia 28. Aliás, os dois são velhos parceiros de Silvio Santos que já gravou muitas composições da dupla.
No desfile deste ano, Manoel e Ruth vão cantar os antigos sucessos gravados por Silvio como A Pipa do Vovô (não sobe mais), A bruxa vem ai, Gelinho, Marcha do barrigudinho e Transplante Corintiano (Coração corintiano) além de novas composições como Mamãe tirou açúcar de mim, Mamãe quero ser um marajá e o Melô do Jegue.
Os componentes da antiga banda do Peru vão acompanhar o casal em uma composição exclusiva para o desfile. A letra faz menção a alegria que o bloco traz para as ruas do bairro e de forma descontraída, também vai tratar das enchentes. “Pompeia que beleza, quando chove parece Veneza”, canta Manoel um trecho da nova marchinha.
O desfile sairá da Cotoxó e seguirá pela Ministro Ferreira Alves, Caraíbas e Desembargador do Vale. No trajeto os foliões fazem paradas nos bares do circuito”. As camisetas alusivas ao bloco (R$ 25) ainda podem ser adquiridas pelo telefone 3875-2996 ou na concentração, antes do desfile.