Exame de toque é imprescindível

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A atividade profissional do urologista Heitor Buzzoni não se restringe apenas ao cotidiano do consultório ou da mesa de cirurgia. Profissional experiente, membro da Sociedade Brasileira de Urologia, ele se impôs um grande desafio: divulgar por meio de palestras um assunto ainda considerado tabu em vários segmentos da sociedade brasileira: a saúde do homem.
Na terça-feira, 1, quem teve a oportunidade de conferir as considerações de Buzzoni sobre temas como a hipertrofia prostática benigna e o câncer de próstata foram seus companheiros do Rotary Club de São Paulo – Jaguaré, entidade da qual ele é presidente. Após a palestra, o urologista conversou com o Jornal da Gente sobre esse tema.

A mídia tem tratado com desenvoltura o tema da saúde do homem, mas esse assunto ainda incomoda a população masculina. Como o senhor avalia isso?

HB – Nos níveis sociais de maior poder aquisitivo existe um alto grau de conscientização sobre temas como disfunção erétil e, principalmente, câncer de próstata, o que já não acontece com as camadas mais populares. Mas, independentemente do nível social, ainda existem barreiras a serem vencidas. Um exemplo disso é o exame de toque retal, fundamental na prevenção de alterações prostáticas. O pobre e o rico precisam saber que 10% da população masculina acima dos 60 anos irão desenvolver um adenocarcinoma (tumor) de próstata. Isso não é chute. É estatística cientificamente comprovada. Daí a importância de campanhas de esclarecimento e mutirões de saúde, como o que os Rotarys no Brasil organizarão em novembro deste ano.

Qual a importância do exame de toque?
HB – Tumores na próstata têm 100% de chance de serem curados caso haja um diagnostico precoce. A próstata normal tem o tamanho de uma noz e sua consistência é semi-elástica. Numa hipertrofia ela tem o seu volume aumentado. No caso de câncer surgem nódulos. Tudo isso é facilmente detectável com o exame de toque retal.

A partir de que idade o homem deve procurar um urologista para se submeter a esse tipo de diagnóstico?
HB – Há um forte entendimento de que a partir dos 40 anos ele deve realizar esse exame anualmente. Após os 50 anos, o ideal é que ele visite o seu urologista de confiança a cada seis meses.

Quais os sintomas de uma alteração na função prostática?

A maioria deles está relacionada com a função urinária. Se o indivíduo começar a levantar várias vezes durante a noite para urinar; se ele tem dificuldades de iniciar o primeiro jato; se ao urinar esse jato é fraco ou existe gotejamento, tudo isso é sinal que a próstata não está funcionando como devia.

O que há de mais moderno em termos de medicação para a saúde da próstata?

HB – O princípio ativo mais usado atualmente é o Cloridrato de Tansulosina. É uma droga moderna e eficaz que age na musculatura lisa tanto da bexiga quanto da próstata, melhorando o fluxo urinário. Não é um medicamento capaz de curar um tumor prostático. Trata-se, isto sim, de algo que contribui para uma melhor qualidade de vida, aliviando sintomas que causam desconforto ao paciente.

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