Mamãe fez cem anos

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Dona Maria, rodeada pelas filhas Elza e Ana: cem anos vividos com intensidade

Ela fez 100 anos no dia 14 de abril, teve 10 filhos, 36 netos e 30 bisnetos. Apesar da idade, bem avançada, dona Maria Catarina Camaratti Oliveira esbanja simpatia e adora conversar, lembrar a vida, contar histórias e sentir saudades de um tempo que não volta mais. Embora tenha completado 100 anos, a “vó”, como é chamada carinhosamente pelo pessoal da Rua Marcelina, onde mora com a filha, tem uma excelente memória, lembrando fatos que marcaram um século de vida.
A família veio do interior já há algum tempo e escolheu o bairro da Pompéia para morar. Há cerca de seis anos, dona Maria e sua filha Ana Oliveira Galvão de França se mudaram para a Lapa, para ficarem mais próxima da outra filha, Elza Oliveira Zamboto. Atualmente, por causa da idade e de problemas de saúde, dona Maria quase não sai de casa, mas está sempre se atualizando através dos jornais e dos programas esportivos, que adora.
Torcedora fanática do Palmeiras, está um pouco triste, pois seu time caiu para a segunda divisão. Segundo a filha Ana, dona Maria discute futebol com os netos e bisnetos quando estes resolvem provocá-la. “Minha mãe adora programas esportivos e está sempre sabendo das novidades”, garante Elza.
Os netos e bisnetos estão sempre visitando dona Maria, que recentemente participou de uma festa e tanto em comemoração ao seu centenário. “A churrascaria estava cheia, com mais de 90 pessoas”, conta, animada. A família organizou tudo e até os filhos, que moram no interior, vieram para São Paulo para a comemoração.
Do passado, dona Maria sente muita saudades, mas conta que a vida não era fácil. Filha de imigrantes italianos, ela trabalhou muito em plantações de café na região de Ribeirão Preto. Casou-se com 18 anos, pois “naquele tempo depois dos 20 anos não se casava mais”, conta. Os 10 filhos vieram em seguida, com pequena diferença de idade. Apesar do trabalho de casa, dona Maria também ajudava o marido, lavando e passando roupas para fora. “Teve uma época em que meu marido trabalhou como feitor e então era preciso cozinhar para 80 pessoas”, conta.
Dona Maria teve a ajuda da filha mais velha, Etelvina Oliveira, já falecida, para conseguir dar conta dos serviços domésticos e do trabalho. “A minha irmã era o braço-direito de mamãe, pois naquele tempo tudo era muito difícil, a vida era mais sofrida”, conta Ana. Para dona Maria, a despeito de ter uma vida sofrida, as pessoas podiam contar mais umas com as outras. “As pessoas se ajudavam e não existia essa violência toda”, afirma.

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