Moradores reclamam de atendimento

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Moradores do bairro durante reunião no dia 1º de abril

A comunidade de Vila Ipojuca vive um drama. Seus pacientes acamados não conseguem ser atendidos por falta de médico no Centro de Saúde “Doutora Wanda Coelho de Moraes”, unidade localizada na Rua Paumari. Como são pessoas que não podem sair de casa por sofrerem de AVC, Mal de Alzheimer e outras patologias graves, elas precisam de assistência em domicílio. Em novembro de 1998, foi criado um programa de atendimento em casa, no qual o cardiologista Ciro Orlando Pedroso visitava os pacientes, na maioria idosos.
Segundo a diretora técnica da unidade, Maria do Carmo Trabuco, até dezembro de 2002, 160 pacientes acamados conseguiam ser atendidos pela iniciativa. O médico fazia visitas com o próprio veículo, orientando dieta, profilaxia, curativos e encaminhamento ao psicólogo dos familiares que se mostravam deprimidos com a situação de câncer terminal ou morte do paciente. Pedroso recebia uma ajuda de custeio para o combustível. O problema é que o especialista se transferiu no final do ano passado para o Programa de Saúde da Família (PSF) de Vila Piauí, sem ninguém ser contratado em seu lugar.
Como a população idosa do bairro é crescente, a Sociedade Amigos de Vila Ipojuca (Savi) e o Movimento de Defesa da Região da Lapa acreditam que se faz necessária a instalação do PSF ou a volta do Programa de Atendimento Domiciliar ao Idoso. Apenas três unidades municipais na região contam com o programa: Vila Jaguara, Parque da Lapa e Vila Piauí. Outra dificuldade para a resolução do problema é conseguir encontrar uma forma para a rápida substituição dos profissionais da saúde, que entram em férias ou licença. A reposição de médicos não tem ocorrido. A comunidade também reclama que a prestação de serviço básico também está deficiente.
Com o processo de municipalização das unidades de saúde no bairro, a administração ficou por conta da Subprefeitura da Lapa, mas os profissionais continuam sob responsabilidade do governo estadual. O impasse político das duas instâncias tem trazido transtornos à comunidade.
Para tentar mudar a situação do posto de saúde, mais de 30 pessoas se reuniram na sede da Savi, na terça-feira, dia 1º de abril, para escolher os oito membros (quatro titulares e quatro suplentes), que comporão o Conselho Gestor do Centro de Saúde da Vila Ipojuca. São eles, Valter Ferreira da Silva, cujo suplente é Pedro Lúcio; Renato Giribola, que poderá ser eventualmente substituído por José Geraldo Moreli; Leonildo Siragna, cujo suplente é Roberto Gaudi; Francisco Antonio de Oliveira Neto, que tem como suplente imediato Otávio Aparecido de Souza Agrella.
O papel do conselheiro é pressionar as autoridades pela melhoria da qualidade pública de saúde e construir os meios para garantir o acesso ao atendimento público de Saúde. O Conselho Gestor é tripartite, sendo formado por membros da direção da unidade (25%), representantes de funcionários (25%), além de integrantes da comunidade (50%). O próximo encontro acontece no dia 15 de abril, às 20h, na Savi, que fica na Rua Tonelero, 612. Em 26 de abril, todos os conselhos de todas as unidades na região realizarão um seminário na Escola Estadual Alfredo Paulino, localizado na Rua Caativa, para discutirem suas dificuldades.

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