Lapa perde Nereu Mello mas herda seu otimismo

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Semeador de boas palavras, Nereu deixa exemplo de um ser humano ético e verdadeiro

A missa de 7º dia pela intenção da alma do advogado, escritor e cronista lapeano Nereu Mello será na terça-feira, 30, às 19h, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima da Vila Leopoldina (Rua Barão da Passagem, 971). Nereu faleceu no final da tarde de segunda-feira, 22, após 70 dias de luta contra um câncer que o surpreendeu no início de agosto. Após cirurgia, a doença parecia controlada quando uma infecção debilitou ainda mais seu organismo. Nos últimos dias, ele confidenciou a família que programava cultos em ação de graças para agradecer os amigos que pediram em oração por sua recuperação. Uma gentileza comum para ele. Mas Nereu não resistiu e faleceu. Nereu Mello deixa a esposa Angelina, a quem tratava carinhosamente de Gininha, três filhos, os advogados Roberto e Ricardo Mello e a artista plástica Carmen Gebaile, netos e bisnetos. Aos familiares, amigos e leitores do Jornal da Gente, ele deixa de herança as mensagens de amor e otimismo publicadas em forma de crônicas, durante oito anos, na página 2 do nosso semanário. Muitos dos seus textos fazem parte da coleção de nossos leitores, alguns admiradores anônimos, outros companheiros de advocacia, amigos ou ex-alunos do mestre do grande otimismo. Na última crônica, a de número 400, publicada no Jornal da Gente, de 14 a 20 de julho, Nereu despede-se da coluna e dos leitores:

Finale

Agradeço a Deus o dom da palavra. Agradeço a minha mãe por me ter dado as escolas que frequentei. Agradeço a Gininha pelo apoio que sempre me deu a vida inteira. Agradeço ao Ubirajara de Oliveira, Diretor do Jornal da Gente, por me ter dado a oportunidade de ocupar este precioso espaço de seu belo, esperado e promissor jornal, estendendo agradecimentos ao Fiora, ao Samuel, à Maria Isabel, pela gentileza perfeita com que me trataram, sempre. Agradeço aos meus leitores, pedindo-lhes que não se esqueçam do que lhes escrevi, não pelo que escrevi, mas pelas idéias do otimismo que estão no que escrevi.Meus queridos, eu lhes escrevi crônicas, gostaria de lhes ter escrito tratados da mais alta das filosofias. Eu sei que vocês mereciam e merecem muito mais do que procurei dar-lhes. O que lhes dei é pouco, mas é fiel e assim posso mergulhar nos belos dias de minha mocidade e dizer-lhes, em bom latim: “Quod minimum est, minimum est, sed in minimum fidelis esse, maximum est!” (O que é o mínimo, mínimo é, mas ser fiel no mínimo, é o máximo.)Esta é a crônica final e quero dizer-lhes a sagrada bênção bíblica: “O Senhor Deus os abençoe e os guarde. O Senhor Deus faça resplandecer sobre cada um de vocês o seu Rosto e lhes dê a Paz!” (Números. 6:24/26).A cada um, envio o meu abraço e a minha antecipada saudade! Acabei o trabalho. Estou feliz. (Nereu Mello)

Exemplo

Ao agradecer as manifestações de carinho dos amigos quando do falecimento de seu pai, Roberto Mello escreveu: “Poucos são aqueles que conseguem passar pela vida e chegar aos 83 anos como uma unanimidade de bom humor, educação, cultura e sabedoria. Este homem que sempre será para mim um exemplo. Deixou uma grande obra, e um daqueles que podia dizer: “Vini, Vidi, Vince”. Advogado, Filósofo, Professor, Escritor, Poeta, Conselheiro, Filho, Esposo, Pai, Avô e, acima de tudo um Amigo… Em 1964, então com 35 anos de idade, no seu primeiro livro “Encontro Marcado com o Otimismo”, uma de suas crônicas eu creio ser a mais apropriada para o momento, e tomo licença para transcrevê-la.

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