Somos todos responsáveis

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É fácil tentar se livrar das responsabilidades ao dizer “não votei em tal pessoa, logo não é minha culpa”, ou “pago meus impostos, meu aluguel, se tem quem não consiga, problema deles”. Enquanto a cidade não tiver um padrão básico de qualidade ou for acessível para todos que nela habitam, nunca será um bom lugar para morar. Muitas pessoas mascaram a realidade com muros altos em condomínios e segurança particular, mas não ver o abismo social não faz com que ele não exista.

Como moradores da mesma cidade, precisamos pensar sempre de forma coletiva, independente da gestão que esteja no comando. Os avanços acontecem de forma muito lenta e, para ilustrar isso, podemos citar o caso da Operação Urbana Consorciada Água Branca. Famílias foram removidas entre 2007 e 2011 de onde moravam com a promessa de que seriam contempladas com habitações de interesse social. O dinheiro já existe, o terreno também.

Por muito tempo, por questões jurídicas, os recursos arrecadados não puderam ser utilizados, mas sendo que desde março eles foram disponibilizados, por que as obras não avançaram? Por falta de pressão não foi, porque antes da pandemia as reuniões do grupo de gestão sempre foram lotadas de moradores. Os conselheiros eleitos e entidades do perímetro fizeram por muitos anos e continuam fazendo um trabalho de diálogo com a Prefeitura, cobrando cronogramas, e com a Câmara Municipal.

De todas as obras previstas, a única já realizada, de forma parcial, foi a de drenagem dos córregos Água Preta e Sumaré, curiosamente no trecho com dois enormes empreendimentos. Na parte residencial e de comércios menores a obra precisa ser finalizada. Essa semana a bastante criticada proposta de revisar a lei da OUCAB seria discutida na Câmara, mas foi retirada de pauta. Talvez pela proximidade com as eleições e pelo impacto político que a aprovação ou não do projeto teriam.

Não é razoável que algo que vai melhorar nossa região fique anos sem avançar. Isso pode ser aplicado em todas as áreas e não só no poder público. Como sociedade, se estiver no nosso alcance, podemos empenhar esforços e recursos para melhorar o entorno de onde vivemos e trabalhamos. Como no caso do roubo a um banco na Rua Guaipá, onde moradores tiveram seus telhados danificados após a perseguição policial. O banco entende a segurança pública como uma questão de estado, mas para um negócio onde dinheiro não falta, investir em infraestrutura seria um ganho para todos.

Pensar no bem maior é o que deve estar na mente de todos neste domingo. E independentemente de quem ganhar, acompanhar e cobrar melhorias é responsabilidade de todos nós.

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