O desafio que vem com o Censo

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De acordo com os dados regionais do último Censo do IBGE, que contém informações sobre os 96 distritos da capital paulista colhidas em 2022 e publicadas agora no final de março, a área que abrange a Subprefeitura Lapa concentra uma população de pouco mais de 338 mil pessoas, distribuídas em um território de 40.1 km². Isso significa que em nossa região mora mais gente do que em muitas grandes cidades do Estado de São Paulo, como São Caetano do Sul, por exemplo. Em nossa vizinha do ABC, município que tem apenas 15.3 km² de área, vivem pouco mais de 165 mil pessoas – ou seja, metade da população da Sub Lapa.

Olhando uma foto aérea da nossa região percebemos grandes zonas adensadas, como as da Barra Funda, Vila Romana e Leopoldina, nas quais o crescimento vertical vem sendo notado mais recentemente. Isso além da mancha populosa que define os bairros já consolidados, como Perdizes, Sumaré e Pompeia. Mas na grande faixa territorial que abrange a Subprefeitura Lapa essas áreas fortemente desenvolvidas ainda contrastam com zonas periféricas bem menos adensadas, como é o caso da Vila Jaguara.

Esta realidade dispare envolvendo uma população tão numerosa torna a administração dessa nossa área da cidade algo extremamente complexo e desafiador para cada subprefeito que assume a cadeira da sala principal da Rua Guaicurus, 1.000. Cabe a ele não apenas zelar pela limpeza de ruas e conservação das áreas verdes, mas atuar de forma a promover o desenvolvimento sustentável dos seis distritos inseridos aqui, garantindo qualidade de vida para uma população que não para de crescer.

No entanto, para que um subprefeito – e não só o da Lapa, mas das demais 31 subprefeituras da cidade – possa cumprir bem seu papel acreditamos ser necessário que se dê a ele maior autonomia, descentralizando realmente a administração pública.

O modelo de gestão descentralizada, criado pela prefeita Marta Suplicy no início dos anos 2000, é, sem dúvida, o mais adequado para uma cidade que cresce tão vertiginosamente como São Paulo. Mas, ao longo dos anos, tem sido desvirtuado pela administração pública. Prova maior disso é que as subprefeituras, hoje, não têm autonomia para fazer um simples serviço de tapa-buraco. As solicitações que chegam pelo Canal 156 são repassadas pelas administrações regionais à Secretaria das Subprefeituras.

O que defendemos é que as subprefeituras voltem a contar com coordenadorias em todas as suas áreas de competência, o que possibilitaria um gerenciamento mais eficaz de cada microrregião da cidade. Enquanto não voltarmos a isso, muito do trabalho das subprefeituras fica sem sentido.

 

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