Segurança e comunidade

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Setores da imprensa e da sociedade em geral pediram e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) atendeu, publicando na internet (www.ssp.sp.gov.br/estatistica/default.aspx) os indicadores da criminalidade no Estado de São Paulo. Mensalmente serão divulgados dados estatísticos por área, município e unidade policial.
De acordo com a SPP, “a coleta de dados criminais em todo o Estado de São Paulo padroniza e organiza o fluxo de números coletados junto às polícias, a partir do registro de ocorrências criminais. Seu conteúdo ajuda a monitorar a evolução das tendências dos principais indicadores criminais do período, bem como na tomada de decisões no âmbito do Estado e das polícias. Os dados devem ser interpretados sempre com prudência, pois estão sujeitos a uma série de limites de validade e confiabilidade: eles são antes de tudo um retrato do processo social de notificação de crimes do que uma reprodução fiel do universo criminal de um determinado local”.
Para que um crime faça parte das estatísticas oficiais, são necessárias três etapas sucessivas: o crime deve ser detectado, notificado às autoridades policiais e, por último, registrado no boletim de ocorrência.
E é com prudência que devemos interpretar dados referentes ao número de furtos de veículos nas regiões sob responsabilidade do 7º e 23º Distritos Policiais. O primeiro abrange áreas como Lapa, Vila Ipojuca, Vila Anglo e Vila Romana, entre outras. O segundo está inserido nos bairros de Perdizes e Pompeia. Nos dois distritos, mais de 700 veículos foram furtados de janeiro a março deste ano, número que em valor absoluto é alto, mas que se comparado a estatísticas de 2010 revela uma tendência de queda nesse tipo de crime.
Mas se tomarmos o
valor absoluto de 708 furtos em três meses, nos deparamos com um cenário que não pode ser ignorado, sobretudo no âmbito dos Conselhos Comunitários de Segurança (Conseg).
Nas próximas reuniões plenárias desses órgãos é de se esperar que moradores, trabalhadores e empresários comecem a avaliar o que significam quase oito carros furtados diariamente somente nas duas áreas aqui mencionadas. Espera-se, também, que em tais encontros os comandos locais da Polícia Militar e da Polícia Civil mostrem, com a mais absoluta transparência, a evolução dos índices de furtos entre 2009 e 2011, incluindo ruas de maior incidência.
O diálogo entre sociedade e forças policiais é fundamental para a superação desse quadro de absoluta anormalidade no tocante a furto de veículos. E uma vez que se apresentam como instâncias de representação comunitária, os Conselhos de Segurança estão diante de uma prova de fogo: ou encaram esse momento para, de fato, apresentarem propostas concretas que façam frente aos elevados índices divulgados, ou assinam um atestado no qual se reconheçam como inúteis muros de lamentações.

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