Faculdades Rio Branco recebem evento sobre compostagem

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Rafael Golin Galvão, engenheiro agrônomo da Amlurb, explica instalação de pátio na Lapa

As Faculdades Integradas Rio Branco foram palco do 1º Encontro de Práticas de Compostagem da Cidade de São Paulo, promovido pela Amlurb e Secretaria Municipal das Subprefeituras. Leo Santos, subprefeito da Lapa, também participou. O objetivo do evento foi divulgar e compartilhar experiências sobre práticas de compostagem já realizadas na cidade.

Edson Tomaz de Lima Filho, presidente da Amlurb, abriu o evento falando sobre os desafios da gestão de resíduos em uma megalópole. “Vivemos em uma cidade gigantesca e, como toda cidade grande, ela é caótica. Temos 18 mil trabalhadores envolvidos na coleta e varrição. É um desafio diário. Temos o aterro São João, em São Mateus, que é o único aterro municipal e ele deve ter mais seis ou sete anos de vida útil, o que para São Paulo é pouco tempo. Lidamos com 12 mil toneladas de lixo todos os dias, onde 40% dos materiais podem ser reciclados, mas só 7% são”, disse.

O presidente da Amlurb ressaltou a importância da população contribuir. “Quando você faz uma campanha de educação ambiental, está contribuindo para as pessoas serem cidadãs. Ao invés de pagarmos por uma coleta porta a porta, temos 3 mil pontos de coleta na cidade. O ideal seria que as pessoas fossem entregar os materiais recicláveis nesses pontos”, afirmou. Edson Tomaz de Lima Filho prevê o interesse da iniciativa privada com o avanço das práticas de compostagem. “Na hora que os pátios fecharem as contas e apresentarmos os números provando seu potencial, vai ter investimento e empreendedores interessados. Nosso desafio é trazer São Paulo para o século 21 no tratamento de resíduos”, completou.

Em seguida, Rafael Golin Galvão, engenheiro agrônomo da Amlurb, falou sobre sua experiência na Lapa e apresentou um histórico da compostagem na cidade. “Existia o problema causado pela geração de odores e percebemos que para trabalhar com resíduo orgânico na cidade precisa fazer a segregação de materiais. Em 2015 idealizamos o pátio de compostagem da Lapa, que até 2018 funcionou como um pátio experimental. Nós conseguimos facilitar o processo de licenciamento ambiental para os pátios por conta do impacto positivo na vizinhança e temos hoje cinco pátios na cidade”, explicou. Galvão falou sobre as opções de realizar a compostagem doméstica e comunitária, em praças, escolas e condomínios. “A Amlurb precisa de ajuda para divulgar essas propostas, conversar com vizinhos e atuar localmente para inspirar outras pessoas a realizarem a compostagem”, finalizou.

Foram apresentados seis projetos desenvolvidos por coletivos, como o dos moradores do Condomínio Buriti, em Sorocaba, que realiza compostagem em caixas d’água, o Sabor da Fazenda, na Vila Maria, que cultiva mudas de ervas e temperos orgânicos, além de oferecer cursos e oficinas sobre agricultura urbana, educação ambiental, jardinagem e paisagismo, o Coletivo das Vilas, que montou composteiras comunitárias nas praças da região da Vila Madalena e Pinheiros, o Projeto Eco-Estudantil, sobre o melhoramento do solo através da prática de compostagem, o Condomínio Pátio Victor Malzoni que recolhe resíduos orgânicos e os transforma em adubo no estacionamento fechado do prédio, e o Instituo Favela da Paz, que falou sobre a prática de transformar os orgânicos em gás de cozinha, através do processo de biodigestão.

Ao final, Fernando Antônio Wolmer, engenheiro da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), falou sobre a legislação da prática de compostagem. Os participantes do evento também puderam participar de uma visita ao Pátio de Compostagem da Lapa.

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