Moradores e comerciantes questionam obras de calçadas

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Foto: Divulgação

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Trilhos do bonde desativado em 1965 que ligava a Lapa ao bairro da Penha

Melhorias para a mobilidade, especialmente de pedestres, são bem-vindas. A movimentada Rua Doze de Outubro está passando por uma requalificação de calçadas, com previsão de conclusão na primeira semana de novembro.

Em um ano que foi muito difícil para o comércio, com a quarentena imposta pela pandemia, alguns comerciantes que tiveram que manter suas lojas fechadas por meses criticaram o impacto da obra no esperado momento de retomada das vendas. “Eles estão tentando agilizar para fazer o mais rápido possível, quebraram toda a calçada na frente da minha loja na quarta-feira (14) e falaram que devem terminar nos próximos dias. Me parece que tem a finalidade de atender um novo padrão, com inclusão de piso tátil para deficientes, mas atrapalha bem o comércio. Esse ano não está fácil, teve lojas aqui que não abriram três dias por causa desse novo calçamento”, afirma Edson Gebaile da loja Antoninho Esportes. “Fizeram um buraco, mas não fecham, nem vem terminar. As pessoas passam e tropeçam. Ao invés de quebrar a Lapa inteira, deviam fazer uma parte, terminar e começar outra. O comércio está parado, estamos na pandemia, fim do ano, podiam ter deixado para janeiro”, afirma Isaac Liberman da loja A Barateira.

A Secretaria Municipal das Subprefeituras informa que as obras atendem ao Decreto 59.671/2020, que estabelece os critérios de padronização dos passeios públicos. Afirma ainda que tornar as calçadas lisas, sem ondulações ou desnível de pedras, vai além do olhar binário de estar em boa ou má condição: é promover inclusão e acessibilidade para que os cadeirantes não tenham mais suas cadeiras de rodas trepidando ou bengalas de orientação ficando presas entre as ranhuras. As rotas definidas pelo Plano Emergencial de Calçadas identificaram calçadas públicas e privadas em toda a cidade e foram selecionadas calçadas com grande fluxo de pedestres e na proximidade de comércios, escolas e hospitais, cujos reparos impactarão positivamente a população.

Os trilhos do bonde
O morador Wagner Matsuoka também chama atenção para uma parte da história da Lapa que deixa de existir com a intervenção. “Infelizmente durante as obras de calçamento na região da Lapa os trilhos, provavelmente da linha 60 Penha-Lapa, foram para o lixo sobrando apenas um toco no número 67 da Rua Martim Tenório”, afirma.

O referido trilho fazia parte da linha de bonde que ligava a Penha à Lapa, um trajeto de mais de 36 quilômetros que fez sua primeira viagem no dia 5 de setembro de 1953. A linha foi desativada em 9 de março de 1965.

A Secretaria Municipal das Subprefeituras informa que os trilhos do antigo bonde foram removidos para executar as obras de microdrenagem, responsáveis pela absorção da água proveniente da chuva.

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