(Im)paciência

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Estar em uma crise é muito ruim. Perder o chão, ter que pensar em como sair dela. Felizmente a nossa está encaminhada, mas ainda permanecemos em um momento difícil, que é quando a solução existe, mas o tempo para implementá-la não pode ser acelerado. Só podemos ter paciência. A cada semana estamos ampliando a campanha de vacinação para novos públicos prioritários, inclusive agora com a opção de drive-thru que será iniciada na Praça Charles Miller.

O comércio já tão prejudicado ganhou uma pequena folga e poderá reabrir aos finais de semana, o que nem de longe resolve os impactos já sofridos, mas não piora ainda mais a situação. Afinal as restrições continuam e não é fácil manter uma estrutura quando seu público está com receio de se expor ou cortou os gastos considerados supérfluos.

Impacientes também são aqueles que querem viver as emoções que antes faziam parte do dia a dia, como comemorar um título de futebol. A aglomeração de torcedores do Palmeiras que novamente ocorreu na região não foi surpresa para ninguém e, se antes da pandemia os vizinhos do entorno já reclamavam do barulho e uso de fogos, hoje temos o agravante de que a regra que deveria valer para todos, pelo bem de todos, não foi respeitada. Nesse momento precisávamos de uma atuação maior do poder público e dos agentes de segurança para ao menos tentar reduzir os impactos. Mesmo sabendo que toda essa aglomeração estava prevista, o que foi feito não foi suficiente.

Esse final de semana seria talvez o primeiro em que veríamos bloquinhos de carnaval pelas ruas da região, outro tema que antes da Covid-19 já dividia opiniões. Há quem ame e quem deteste, especialmente por causa da sujeira e barulho que os desfiles causam. Por enquanto, a programação prevista é virtual, da mesma forma como nossos trabalhos e encontros sociais passaram a ser. Para quem é de carnaval, ter um gostinho da festa pode até ser bom, mas acredito que a maioria das pessoas já está saturada dessa vida onde tudo acontece em telas. A realidade tem feito falta.

Se é para fugir da realidade, a minha forma favorita é através dos livros. É triste ver o fechamento de uma livraria grande como a Cultura, que embora tenha muitos outros problemas, também sofre com a concorrência das telas, seja para quem prefere ler em dispositivos digitais, ou comprar on-line pela praticidade e preços. Mas é tão bom ir presencialmente a uma livraria, fuçar os títulos sem pretensão e encontrar coisas boas. A leveza de estar despreocupado. Que ela volte logo para tudo que fazemos, seja celebrar conquistas, festejar a nossa cultura e manter os negócios que temos ou frequentamos.

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