Dia da Democracia

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JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER

Poucos sabem. No dia 25 de outubro, comemora-se o Dia da Democracia. Uma data mais que oportuna neste período de eleições municipais. A democracia foi inventada pelos antigos atenienses como uma forma de governo. Paradoxalmente, nasceu num ambiente escravocrata, machista e xenófobo, pois o regime democrático da Atenas do século VI a.C. impedia a participação de escravos, mulheres e estrangeiros. Ou seja, dois terços da cidade-estado estava marginalizada pela democracia.
Além disso, a democracia criada pelo legislador Clístenes impunha a participação. O homem ateninense que não comparecesse para a votação era banido da pólis por 10 anos. Esta regra era conhecida como Ostracismo.
É importante fazer uma reflexão para os nossos dias. A forma democrática para os atenienses era um dever – e não um direito. Isto quer dizer que havia a obrigação de participar dos interesses coletivos e públicos. Atualmente, a democracia não é apenas uma forma de governo. Trata-se de um valor de liberdade política. Todos acreditam na democracia como um direito à liberdade.
A Suíça atual, entretanto, é muito semelhante a antiga Atenas sob o aspecto do dever de participar. A sociedade civil suíça obriga que todos participem das assembléias regionais. Caso o cidadão não compareça para votar nas reuniões, ele fica mal visto pela sociedade.
No Brasil temos uma situação inversa. O vício cultural brasileiro estabelece que só temos direitos, sem a contrapartida dos deveres, que também faz parte do processo democrático. É sempre importante votar, participar de campanhas beneficentes, defender princípios, trabalhar para minorias, entre outras garantias para a sociedade civil. Também é direito e dever do cidadão limpar a sua calçada, não jogar lixo na rua, respeitar os mais velhos. Todas essas são cenas cotidianas que fazem a diferença na qualidade de vida de toda a comunidade.
Ainda assistimos a cenas lamentáveis no nosso bairro, como sujeira no passeio, desrespeito no trânsito, falta de consideração com idosos e crianças. Encontros comunitários, como Conseg-Lapa, Conseg-Leopoldina e Fórum Lapeano da Cidadania, com baixa participação popular. Quase ninguém vai a reuniões de condomínio para se decidir o futuro das suas próprias moradias.
Além do mais, os poucos que trabalham em benefício dos moradores acreditam que o fazem por solidariedade – e não por justiça social, um conceito político mais amplo de exigência de responsabilidade do poder público e das autoridades competentes. A consciência de cada um em se praticar um dever voluntariamente seria o ideal. Por isso, aproveitemos este período eleitoral para exigir dos vereadores mais empenho e respeito ao cidadão. Agora, também façamos a nossa parte, cuidando deste bairro que tanto amamos.

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