Menores tentam fugir da CASA Leopoldina

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Unidade é uma verdadeira caixa-preta, à qual a comunidade não tem acesso

Números contraditórios marcam a primeira tentativa de fuga da unidade Leopoldina da Fundação Casa (ex-Febem). Segundo informações da Assessoria de Imprensa da fundação, funcionários perceberam a movimentação dos internos em um dos quartos da unidade —onde estavam seis jovens— e impediram a fuga, por volta das 5h30. Mas, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Febem, o número de adolescentes envolvidos nessa tentativa de fuga foi bem maior, chegando a 25. Atualmente, a unidade abriga 150 menores infratores.
Para Gláucia Leal Prata, do Movimento Popular da Vila Leopoldina, a comunidade não está surpresa com esse fato. “Era de se esperar, afinal a Casa que construíram no bairro está baseada num modelo falido, que ainda admite a concentração de 150 menores numa mesma unidade”, afirma Gláucia.
A discrepância numérica nas versões da diretoria da Casa e do Sindicato é fruto de uma política de falta de transparência por parte da fundação. Em atividade desde de setembro de 2006, a Casa Leopoldina ainda não tem um Conselho Gestor, órgão formado por representantes dos adolescentes, familiares, funcionários da unidade e membros da comunidade local.
Esse grupo gestor deve colaborar na aplicação das medidas sócio-educativas preconizadas pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e estimular ações que possam contribuir para acelerar a ressocialização dos adolescentes na Febem. Porém, até agora, a Casa Leopoldina é uma misteriosa caixa-preta: sua diretora não se apresentou à comunidade; não se sabe se os menores estão, de fato, sendo contemplados com programas visando à reinserção social; nenhuma abertura é dada para que se discuta formas de relacionamento dos memores com a sociedade do entorno. Desde dezembro, a presidente da Fundação Casa , Berenice Gianella, evita receber o JG para uma entrevista.

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