Coletivos discutem proposta para Hospital Sorocabana

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Reunião aconteceu na Casa Teatro de Utopias no sábado (16)

Os coletivos Pompeia Sem Medo e Fórum Popular de Saúde realizaram um debate no sábado (16), na Casa Teatro de Utopias, para discutir o projeto de concessão do Hospital Sorocabana. O encontro aconteceu depois que os secretários da Saúde e Desestatização e Parcerias, Wilson Pollara e Wilson Poit, anunciaram a Manifestação de Interesse Privado (MIP) proposta pelo grupo Cies Global. O projeto prevê a reabertura do hospital da Rua Faustolo, sendo que a empresa será responsável pela requalificação, manutenção e gestão do hospital por um período de 17 anos, e os atendimentos serão tanto do SUS como de planos de saúde particulares.

Participaram do encontro de sábado Marisilda Silva, jornalista e integrante do setorial de saúde do PT, Fernanda Senna, integrante do Fórum Popular de Saúde, Felipe Corneau, médico da família e mestre em saúde pública, e Renata Zambonelli, integrante do Pompeia Sem Medo. Estava prevista a participação do deputado estadual Carlos Neder (PT), que não pode comparecer. Também foram convidados Wilson Pollara e o vereador Paulo Frange (PTB).

Renata Zambonelli apresentou o histórico do Sorocabana, desde sua inauguração para atender as famílias de ferroviários, até o sucateamento do hospital em meados de 2000 e seu fechamento em 2010, em decorrência das dívidas da Associação Beneficente Hospitais Sorocabana. Apesar da MIP já ter sido citada como tema de reuniões no Diário Oficial do Município, a licitação ainda não foi publicada.

A discussão girou em torno da importância de defender que o Sorocabana tenha uma atendimento 100% público, com administração direta. Os presentes ressaltaram que o Hospital São Camilo da região atendia em um formato semelhante ao proposto pela Cies, com caráter filantrópico e atendimento do SUS e planos de saúde, porém, hoje, atende apenas convênios particulares.

Também foram discutidos os processos de construção e desmonte do SUS. “Morei na Lapa por muitos anos e toda vez que volto aqui é impressionante a destruição dos processos de construção. A Lapa parece que tem sido um ótimo negócio. Esse olhar sobre o Sorocabana passa exatamente isso. Precisamos ficar atentos e organizar o povo aqui. Essa luta vai ser mais difícil do que já foi até agora, mas é muito importante que aconteça”, afirma Marisilda Silva.

Durante o debate circulou um abaixo-assinado pedindo que o Sorocabana seja reaberto como hospital público, com administração pelo governo do Estado ou Prefeitura.

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