Barulho não é um bom negócio

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A introdução do “jabuti” para autorizar emissões de ruídos de 55 para 85 decibéis nos eventos e shows de grande porte no PL 362/22 – que estabelece regras para as cozinhas industriais, conhecidas como Dark Kitchens – demonstra que estamos longe de superar a crise moral e ética que vem assolando o país e que tem levado representantes do Executivo e Legislativo a acreditarem que tudo podem.

Aumentar níveis de ruído sem qualquer estudo que o justifique traz impactos imediatos no conforto e saúde das pessoas causando-lhes comprovadamente inúmeras doenças, sem falar no retrocesso legal e ambiental que acarretam. Tampouco cabe o argumento que shows e grandes eventos geram muitos recursos, o que seria bom para a cidade.

O Termo de Ajustamento de Conduta recentemente assinado com o Ministério Público, Prefeitura, IPT e representantes da WTorre e Real Arenas visou a adequação às normas vigentes para emissão de ruídos em shows na Arena Allianz Parque. Incompreensível a resistência dos empresários em obedecer a lei e dotar esses imóveis de proteção acústica adequadas investindo em medidas mitigadoras da incomodidade sonora para viabilizar o empreendimento, acabando com o problema.

Já é hora dos nossos gestores repensarem seus papéis institucionais demonstrando à sociedade paulistana que o interesse público deve sempre sobrepujar os interesses privados, ou melhor, os interesses de pouquíssimos.

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