Além da qualidade de vida

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É evidente que as pautas, o ativismo e os conflitos do futuro serão relacionados a temas ambientais. Esse debate já acontece hoje, por exemplo, com a falta de controle e segurança na Amazônia que trazem um olhar internacional apreensivo sobre nós.

Somos totalmente dependentes do meio em que vivemos e isso vai muito além da qualidade de vida e bem-estar. Áreas que são de todos não podem ser utilizadas para interesses particulares em detrimento dos coletivos. É preocupante que na nossa região, com mais de 250 praças, apenas 13 possuam comitês de usuários organizados que prezam pelas áreas, cuidam e cobram melhorias. Também é necessária uma boa comunicação, acessível e regulamentada, sobre o manejo dessas áreas.

Em março, a Prefeitura lançou um novo sistema com a proposta de modernizar o Programa Adote Uma Praça, de forma a dar celeridade aos Termos de Cooperação entre o município e a iniciativa privada, seja pessoa física ou jurídica. É positivo ter a facilidade da internet para adotar uma área pública, mas é necessário que a fiscalização seja constante e eficiente.

Foi também em março que a Subprefeitura Lapa afirmou que a atual gestão já plantou mais de 1.000 árvores, 25 praças foram reformadas e 20 foram revitalizadas. No último sábado tivemos o plantio de dois ipês na Rua do Curtume, uma área muito movimentada por conta do Poupatempo e da própria subprefeitura, que será muito mais agradável quando os exemplares estiverem floridos. Resta saber se os plantios que estão sendo realizados compensam o mutirão de podas drásticas ocorrido em 2019, e as quedas que acontecem todos os anos no período chuvoso que poderiam ser evitadas com o manejo adequado.

Não se trata apenas de diminuir uma fila de serviços pendentes, sem ter o cuidado necessário para garantir a sua qualidade. Também não é possível que qualquer ação em uma área pública, que todos têm o direito de usufruir, aconteça de forma unilateral, sem um debate adequado, como ocorreu na Travessa Roque Adóglio no começo do mês.
Vemos uma grande mobilização popular em questões relacionadas à saúde, educação e moradia, mas os temas de interesse ambiental deveriam ter a mesma dedicação. Não podemos diminuir o trabalho de quem já atua nesse campo, pessoas que via de regra abraçam as boas práticas como um modo de vida. Mas precisamos urgentemente de mais interessados. Em um futuro muito próximo essa preocupação não será opcional.

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