O velho desafio do Ano Novo

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Foto: Arquivo JG

Arquivo JG
Maria Isabel Coelho

Faltam duas semanas para terminar 2016. O ano foi de turbulências políticas e econômicas causadas por denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público. Tivemos o impeachment da presidente Dilma e a cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. E as denúncias não param. São centenas de políticos citados em delações da Operação Lava Jato.

A política virou mesmo de ponta-cabeça. O vice-presidente da República Michel Temer – que assumiu o cargo de presidente no lugar de Dilma – e o Senador Renan Calheiros não escaparam da lista dos diretores da Odebrecht na Lava Jato.
Em meio a um turbilhão de manifestações a favor e contra o juiz Sérgio Moro, a vida na comunidade foi afetada.

Novas lideranças despontaram ocupando espaços das mais antigas. Houve momentos em que as posições político-partidárias ficaram ásperas, principalmente com a chegada do período eleitoral. Com a chegada do período eleitoral surgiram candidatos a vereador e até um vice-prefeito, Jairo Glikson, na chapa de Levy Fidelix do PRTB. Foi um ano de discussões de ideias que resultaram em 50 edições do Jornal da Gente recheadas de informações da vida em comunidade.

O tempo passa rápido. Daqui uma semana é Natal e mais uma: o Ano Novo e o fim do mandato do prefeito Fernando Haddad (PT). Dos compromissos assumidos no início de sua gestão, Haddad emplacou faixas de ônibus e a ciclovia que geraram polêmica em trechos residenciais da City Lapa. Caso da Rua Tomé de Souza que foi parar no Ministério Público. O Conselho Participativo Municipal também foi implantado com a função de ser um organismo autônomo da sociedade e reconhecido como espaço consultivo e de representação da sociedade no território da subprefeitura. Seus membros foram eleitos para isso, mas o conselho acabou virando um cabo de guerra, e teve desistência de conselheiros e outros que nem, se quer, compareceram a uma só reunião. Também teve votação favorável ao afastamento de uma conselheira por descumprimento das normas do CPM, na última reunião desse ano. Fora tudo isso, as picuinhas atrapalham os trabalhos.

Durante o mandato de Haddad, a comunidade da região da Lapa (com mais de 40 quilômetros quadrados e seis distritos – Lapa, Leopoldina, Barra Funda, Jaguara, Jaguaré e Perdizes / Pompeia) pediu por diversas vezes prioridade na reabertura do Hospital Sorocabana – que foi referência e fechou as portas em 2010 na gestão da Associação Beneficente Hospitais Sorocabana por causa de dívidas. O primeiro decreto do governo do Estado (2013 com dois andares para o HC) – a quem pertence o patrimônio – não foi aceito pela gestão petista. O caso se arrastou até esse ano com a publicação de um novo documento de cessão (no Diário Oficial) da área ao município, por 20 anos. De lá pra cá, o prédio continua sem sinais de revitalização. A AMA 24h funciona no lugar do pronto–socorro desde a gestão Gilberto Kassab, a AME (Ambulatório Médico de Especialidades) adaptada em unidade da Rede Hora Certa com sala para pequenas cirurgias. A casa onde funcionou a ortopedia do hospital virou CER (Centro de Especialidade em Reabilitação), mas o prédio do hospital continua fechado e ganhou nova função: foi transformado em um set de filmagens com locação para várias produções.

Vem aí o novo prefeito João Doria, empresário e gestor, que será cobrado por suas promessas de campanha de dar prioridade à reabertura do hospital feita quando passou pelo À Mesa com Empresários, em agosto. Por aqui sai o subprefeito José Antonio Queija e entra o prefeito regional da Lapa, Carlos Fernandes, que mora, conhece bem a região e também já foi subprefeito. Como já publicamos nesse espaço, os desafios para o Ano Novo são muitos, mas a reabertura do Sorocabana continua como bandeira de luta de novas e velhas lideranças. Afinal, com saúde não de brinca.
Feliz Natal e um 2016 com boas notícias.

Bem-vindo 2017

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Ubirajara de Oliveira

Estamos chegando ao final de 2016 e acreditamos que já foi dito quase tudo sobre quão difícil foi o ano, do ponto de vista político e da economia. Resta refletir sobre o que podemos esperar de 2017.

Na esfera política temos a posse de um novo prefeito com promessas de dinamizar a cidade e facilitar a vida do cidadão e dos empreendedores. Mais do que isto, temos uma oportunidade única de um agora prefeito regional, Carlos Fernandes, morador da região que volta motivado para o cargo que já ocupou por um curto período no passado. Três novos secretários municipais anunciados têm ligações com a região e a comunidade. São eles: Soninha Francine, que também mora na região, Gilberto Natalini e Eliseu Gabriel. Some-se a isto um número considerável de vereadores com promessas concretas de trabalhar pelos interesses locais. Uma oportunidade rara e única que não pode ser desperdiçada pela atuante comunidade da região.

Na economia já são visíveis a presença de novos negócios que se instalam na região, motivados pelo grande número de novos empreendimentos imobiliários que já alteram a paisagem local. A crença no promissor momento político e no fortalecimento da economia local foram as motivações que nos levaram a iniciar mais um projeto, com o lançamento nesta segunda-feira (ver matéria nesta edição) de um jornal com distribuição gratuita nos principais pontos de acesso à região.

Por tudo isto, damos votos de boas vindas a tudo, todos e ao novo ano. E muito sucesso para aqueles que, como nós, acreditam e se esforçam em prol da prosperidade e do bem estar da comunidade local.

Haddad e Maggi conversam sobre transferência da Ceagesp

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Foto: Antônio Araújo / MAPA

Antônio Araújo / MAPA
Prefeito se reuniu com ministro para apresentar projeto de mudança do entreposto

O prefeito Fernando Haddad se reuniu com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, na terça-feira (13), para apresentar o projeto de transferência da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que prevê a saída da atual área na Vila Leopoldina, para um novo terreno no bairro de Perus, na zona norte. A Ceagesp é uma empresa vinculada ao governo federal e o terreno que ocupa pertence à União.

A pouco dias de deixar o cargo para João Doria, Haddad defende a saída do entreposto da Vila Leopoldina e aponta vantagens com a mudança para Perus. Para ele, a área na zona norte é mais apropriada devido a suas dimensões e localização, próxima ao Rodoanel, enquanto o atual terreno da Ceagesp prejudica o trânsito local nas marginais. O entreposto recebe, diariamente, 16 mil caminhões.

Dentro do projeto do Arco Tietê (lançado por Haddad no início do seu mandato para revitalização das Marginais e valorização do rio), a ideia é promover com a transferência uma mudança urbana nas duas regiões, levando desenvolvimento com novas moradias e empresas de tecnologia para a Vila Leopoldina e, ao mesmo tempo, gerar empregos em Perus. “Com essa mexida, você reestrutura a cidade no aspecto urbano e dá aos permissionários uma condição de trabalho muito mais adequada do ponto de vista tecnológico. A Ceagesp está muito defasada”, disse Haddad.

Além do prefeito, participaram da reunião empresários que adquiriram o terreno privado para a construção do Novo Entreposto de São Paulo (Nesp), um centro de logística e de comércio especializado. Toda a infraestrutura para a construção em Perus será bancada pelos empreendedores, sem recursos públicos. Com a mudança, o terreno onde funciona a Ceagesp pode ser vendido à iniciativa privada e render cerca de R$ 3 bilhões aos cofres públicos.

Para viabilizar o projeto, as regras de uso e de ocupação de solo da região foi alterada por meio da Lei de Zoneamento. O decreto da Prefeitura de São Paulo com as diretrizes de implantação do novo entreposto deverá ser publicado antes do Natal. “A cidade toda vai ganhar do ponto de vista urbanístico”, afirmou Haddad.

O ministro afirmou que já conversou com o presidente Michel Temer, que se manifestou favorável ao projeto, assim como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Acho que será muito bom para a cidade de São Paulo e deve atrair investimentos na ordem de R$ 15 bilhões”, disse Maggi.

Alckmin anuncia reabertura do Auditório do Memorial para 2017

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Foto: Divulgação

Divulgação
Governador afirma que auditório será modernizado e terá total acessibilidade em 2017

O Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina já tem data marcada para reabrir as portas. Durante vistoria técnica das obras da fase final de restauro na segunda-feira, 5, o governador Geraldo Alckmin anunciou a reabertura para 15 de dezembro de 2017 com um grande evento que começa a ser planejado pela direção do Memorial da América Latina. O prédio foi destruído por um incêndio em 29 de novembro de 2013.

O governador conheceu o projeto que começou a ser executado pelo Consórcio Ammtel, vencedor da licitação da última fase do restauro, dedicada às obras civis, de cenografia e luminotécnica. “Entramos na última etapa de obras, faltam 12 meses. Então, detalhando melhor: no dia 15 de dezembro de 2017, às 19h30, devemos reinaugurar aqui no Memorial da América Latina um auditório modernizado com tecnologia, total acessibilidade e inclusive com mais salas”, afirmou Alckmin. “Importante destacar também que todo o trabalho de restauro, desde a parte estrutural, obedece fielmente ao projeto original de Oscar Niemeyer”, destacou Alckmin.

O governador conversou com os jornalistas tendo como cenário de fundo o protótipo da tapeçaria do novo painel de Tomie Ohtake que vai substituir a que foi consumida pelas chamas, a cargo das empresas Invista (que cede a matéria prima) e Punto e Filo, com supervisão do casal de arquitetos Jorge Utsunomiya e Vera Fujisaki, que trabalharam em diversas peças da artista. O governador agradeceu a parceria voluntária das empresas e também do Instituto Tomie Ohtake, e informou que “o novo painel será entregue em outubro”.

Ferromodelismo

Antes de deixar o local, o governador conheceu a exposição de Ferromodelismo que o Memorial abriu para o público neste sábado, 10, dentro da programação especial que vai comemorar o recorde de público entre as instituições culturais públicas de São Paulo. “Fizemos questão de mostrar em primeira mão ao governador essa exposição, que faz parte da programação especial que vai comemorar nosso recorde histórico de 2 milhões de visitantes em 2016”, disse o presidente em exercício do Memorial, Irineu Ferraz.

Futuro prefeito regional fala do novo desafio

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Hotelo Telles realiza uma feijoada para Carlos Fernandes na AALB

O futuro prefeito regional da Lapa, Carlos Fernandes assume a partir de janeiro o desafio de uma nova gestão à frente da área que compreende seis distritos (Lapa, Barra Funda, Perdizes, Vila Leopoldina, Jaguaré e Jaguara), que somados abrangem 40,1 km² com cerca de 300 mil habitantes. Carlos Fernandes nasceu em Santos, mas mora no distrito de Perdizes desde criança. Ele nasceu no meio político: sua avó Elisa Branco Batista foi ativista dos movimentos feminista e pela paz, e seu pai, Annibal Fernandes, militante sindical. O futuro prefeito regional da Lapa também militou no movimento estudantil e nos partidos PCB, MDB, PMDB, e PPS (onde é atual presidente municipal).

Na quarta-feira ele foi recebido pelo presidente da Associação Amigos da Lapa de Baixo, Hotelo Telles de Andrade, em uma feijoada que reuniu lideranças da região.
Carlos Fernandes ocupou vários cargos políticos no governo do Estado e prefeitura, entre eles o de coordenador de administração de finanças da subprefeitura Lapa (2009 na gestão da Subprefeita Soninha) e depois subprefeito da Lapa entre 2010 e 2011.

As atribuições do novo cargo prometem ser maiores que a de subprefeito. “A gente deve ter mais autonomia. A Prefeitura Regional vai ser muito integrada com outras secretarias. Um dos pontos importantes que vamos discutir com o Natalini (vereador e futuro secretário do Verde e Meio Ambiente de Doria) é recuperar o Parque Villas-Bôas (fechado pela Justiça desde março de 2015 por suspeita de contaminação). É uma área verde que precisamos reabrir e preservar”, frisa Fernandes.

Desafios – Entre seus desafios estão os pedidos de podas e remoção de árvores. “É preciso ter planejamento e critério”, disse Fernandes. “Quando saímos (da subprefeitura em 2011) tínhamos começado o programa de identidade verde para fazer um planejamento e atuar preventivamente e não só na emergência. Vamos voltar a investir nisso para ter todas às arvores cadastradas. No ano que vem, a Soninha vereadora está colocando R$ 800 mil de emenda (parlamentar) para acelerar o processo. Estamos atrás de mais emendas para dar uma boa arrancada. Vamos ter muita transparência nesse processo. O ponto central é o seguinte: cada árvore arrancada, uma árvore plantada”, diz.

Seu plano é buscar parcerias. “Vamos envolver a comunidade e empresários para ajudar no mutirão e recuperar a Cidade. Tem parceiros que querem fazer um trabalho na questão de enchentes que talvez possa ser uma boa solução preventiva para minimizar o problema (caso da Leopoldina e área da Ceagesp e Mercado da Lapa) e não só colocar faixa alertando para área de alagamento. Devemos começar esse trabalho já em janeiro”. Sobre os impactos da arena Allianz Parque do Palmeiras, Fernandes promete debater com a comunidade.

O prefeito regional garante que não será tolerante com comércio irregular. “Vamos retomar a Operação Delegada que foi perdido por essa gestão”. A ocupação e uso do solo será outro problema. “Com a nova Lei de Ocupação e Uso e as possibilidades de licenciamento provisório diminuíram os problemas de irregularidade, mas ainda temos muitos e nós vamos combater”, afirmou Fernandes.

De acordo com ele, a questão da população de rua será um dos desafios para a gestão do prefeito Doria (PSDB), para a prefeitura regional e para a secretária de Desenvolvimento Social, Soninha Francine. ”É preciso investir numa intervenção que resolva o problema das pessoas que ficam pelas ruas do bairro e ao mesmo tempo da Ceagesp”, afirma.

Secretaria investiga uso indevido de parque para evento de airsoft

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Foto: Arquivo JG

Arquivo JG
Grupo faz confraternização no Parque Orlando Villas-Bôas fechado pela Justiça

A confraternização de um grupo de airsoft reuniu cerca de 60 pessoas no Parque Orlando Villas-Bôas no domingo (4). O parque está fechado por determinação da Justiça (a pedido do Ministério Público) desde março de 2015 por suspeita de contaminação do solo. Após denúncia, a reportagem do Jornal da Gente esteve no local e constatou a presença de pessoas com roupas camufladas na confraternização que contou com uma estrutura de alimentação.

Segundo um homem (loiro e alto) da organização, o evento era da empresa CTTR (Centro de Treinamento Tático e Recreação) para festa de airsoft e tinha autorização para uso da área municipal.

O praticante de airsoft utiliza armas de pressão com extremidade pintada de laranja ou vermelho vivo para diferenciá-las das armas de fogo. O airsoft é um esporte popular em países asiáticos onde armas reais são difíceis de serem obtidas devido às leis locais. Em nota, a empresa CTTR esclarece que não tem responsabilidade e não promoveu o evento ou confraternização de qualquer espécie, envolvendo pessoas trajadas com roupas camufladas e com equipamentos nas dependências do Parque Orlando Villas-Bôas, na Avenida Embaixador Macedo Soares, 6715, ou na ex-usina de compostagem (também área pública da Prefeitura) interditada, ao lado do parque, com entrada pela Avenida Ernesto Igel, 631/645, na Vila Leopoldina. O CTTR afirma também que jamais submeteria qualquer praticante de suas atividades a tal risco (em área contaminada).

Questionada sobre a autorização do evento em área fechada pela Justiça, sobre a falta de segurança e buracos na cerca (retirada de pilares de concreto do muro), a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente informa que o uso do espaço não é autorizado para nenhum tipo de evento, público ou privado, durante a vigência da medida judicial que determinou o fechamento do parque. A SVMA aguarda decisão da Justiça para sua reabertura.

O órgão informa ainda que suspendeu dois funcionários responsáveis pela administração do parque, que serão submetidos a processo administrativo, e investiga o caso de uso indevido da área para adotar as medidas cabíveis.

De acordo com a secretaria, o contrato de vigilância patrimonial está sendo renegociado e a segurança da área está a cargo da GCM, que tem uma base instalada próxima ao parque. Os reparos na cerca serão executados pela equipe de base no final de semana. Os pilares serão chumbados para evitar que sejam retirados. Os serviços de poda estão previstos para a próxima semana.

Vendedores de sonhos

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Foto: Divulgação

Divulgação
José Police Neto é vereador (PSD) e presidente da Comissão de Trânsito e Transporte da Câmara Municipal de São Paulo

Recusei-me a votar o Orçamento Municipal para o próximo ano. Duas convicções às quais tenho sido fiel nestes 12 anos de mandato me levaram a esta atitude extrema. A primeira é que não é possível se ter gestão pública eficiente sem levar a sério seu instrumento mais importante e concreto, que é o Orçamento. A segunda, que a sociedade deve ser respeitada e não enganada. Conciliar os dois compromissos com a aprovação de um Orçamento condenado a violar uma ou outra não era possível.

A questão é de pura matemática. Com os recursos propostos de R$ 1,75 bi para o subsídio do transporte coletivo no Orçamento do próximo ano, não há como a tarifa do transporte não ser reajustada para um valor em torno de R$ 4,40. Manter a tarifa de ônibus congelada no atual valor de R$ 3,80 exigiria a inversão de mais recursos (por volta de R$ 750 mi), a se manter o custo em uma mesma ordem de grandeza, enquanto o cenário aponta para elevação dos custos.

Os números do orçamento mostram, então, que: ou a tarifa subirá dos atuais R$ 3,80 para R$ 4,40 – e, portanto, o compromisso de congelamento não será cumprido – ou alguma outra coisa prevista no orçamento não será executada para que o valor da tarifa seja mantido no valor atual de R$ 3,80. O que será cortado? Parece que ninguém tem a coragem de dizer. Nenhum homem público poderá no próximo ano dizer que não sabia, ou alegar razões emergenciais ou conjunturais para justificar à última hora e perante o fato consumado sua decisão.

O momento para se tomar a decisão de forma sincera, transparente e responsável é agora, quando se decide o orçamento. Quem ouve a voz das ruas sabe que a sociedade não aguenta mais estelionatos de vendedores de sonhos ou gestão demagógica e desastrada dos recursos públicos.

Fim de mandato

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Foto: Arquivo JG

Arquivo JG
Maria Isabel Coelho

Estamos em fim de mandato. A impressão é mesmo de paralisia em muitos serviços municipais. A poucos dias de transferir o cargo para o tucano João Doria, a gestão petista de Fernando Haddad entra num estado de letargia.

Quem procura o atendimento de saúde da AMA 24h do Hospital Sorocabana, por exemplo, espera em média três horas se tiver sorte, segundo uma funcionária que estava no plantão do final da tarde no último sábado. O quadro se torna mais grave quando o sistema de atendimento conta com uma sala especial para a triagem, ou seja, um atendimento inicial para medir pressão arterial e colher informações dos sintomas que levaram o paciente até ali. Sim, paciente, pois é preciso ter muita paciência e rezar para que não seja uma doença de fácil transmissão.

Uma jovem falava incansavelmente de sua suspeita de caxumba. Ela passou pela triagem (sala 1), mas voltou para a sala de espera reclamando de muitas dores. A pior era no pescoço. Claro que poderiam ser outros problemas, mas a prevenção deveria ser uma preocupação de quem presta o atendimento.

O atendimento de saúde deveria ser modelo por estar dentro de um equipamento em uma área estruturada como a Lapa, de fácil acesso a moradores de vários bairros da região Oeste e Norte e também de outras cidades da região Metropolitana, mas quem passa pelo serviço reclama. No sábado, três funcionários (da entidade Associação Saúde da Família contratada pela prefeitura para prestar o serviço) conversavam (na sala de triagem) enquanto pessoas com dores aguardavam o atendimento. Quem tenta uma consulta para saber a origem de uma dor de cabeça pode sair com dois problemas: a dor que entrou e mais uma caxumba, quem sabe!

A Secretaria Municipal da Saúde foi questionada pelo Jornal da Gente, dia 7 (quarta-feira) sobre o problema, mas apenas informou (no mesmo dia), por meio da Coordenadoria Regional de Saúde Oeste, que estava averiguando o ocorrido, mas até o fechamento desta edição (sexta-feira), não retornou.

Quase no apagar das luzes, o encontro do Conselho Participativo Municipal na quinta-feira contou com a presença de 17 dos 36 eleitos para a gestão 2016/2017. Por causa de faltas, a permanência de oito conselheiros foi colocada em votação. Alguns nunca compareceram às reuniões. Desses oito, dois tiveram aprovada a permanência e seis receberam votos para não permanência, além da conselheira Valéria Gaspar, que teve a exclusão do conselho aprovada por descumprir o regimento interno, mas ela ainda terá direito a recurso.
As reuniões se esvaziaram. Esvaziaram também as abordagens e operações de zeladoria comandadas pela Subprefeitura Lapa, com Guarda Civil, Saúde e Assistência Social aos locais de concentração de moradores de rua. Entra semana, sai semana, o número de barracas de moradores de rua só aumenta na região do entorno da Ceagesp, na Leopoldina, principalmente no canteiro Central da Avenida Gastão Vidigal. E, até os moradores de rua reclamam da ausência de assistência. Fim de mandato não podia ser assim, afinal o contribuinte continua pagando seus impostos para bancar os serviços municipais e o salário do prefeito e seus assessores.

A transição do governo petista de Fernando Haddad para o tucano João Doria parece tranquila no gabinete central da Prefeitura, mas é no bairro que as coisas acontecem e o futuro prefeito regional da Lapa, Carlos Fernandes, se prepara para receber a herança em janeiro.

Vereador visita praça que ganhou miniquadra com grama sintética

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
O vereador José Police Neto (PSD) se reuniu com alguns moradores, conselheiros participativos e de saúde, além de alunos do CCA (centro de atendimento à criança e adolescentes) e creche do Instituto Rogacionista

O vereador José Police Neto (PSD) se reuniu no sábado, 26, com alguns moradores, conselheiros participativos e de saúde além de alunos do CCA (centro de atendimento à criança e adolescentes) e creche do Instituto Rogacionista, na miniquadra de futebol construída com emenda (R$ 100 mil) destinada pelo vereador, na Praça Cyla Remundini, na Vila Leopoldina.

O processo começou com uma reunião onde Luciana Fazzini da creche do Instituto Rogacionista, instalada próxima à praça, sugeriu a instalação do equipamento para atender as crianças atendidas pela instituição que tinham que atravessar a Avenida Queiroz Filho para fazer atividades na praça da City Boaçava. Police lembrou que um projeto projeto  foi feito de forma colaborativa com o envolvimento de moradores  e das crianças e adolescentes da creche e CCA.

A miniquadra tem grama sintética e alambrado nas  duas extremidades  para evitar que a bola vá para a rua.  “A quadrinha é o pontapé para reunir vizinhos, moradores e os novos usuários que são os alunos do CCA e os da creche. Assim enfrentamos a questão que vinha sendo colocada pelos moradores de uma praça abandonada, de uso precário e consumo de droga e de assalto”, declarou Police Neto.

Último jogo da Chapecoense foi na arena do Palmeiras

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Foto: Maria Isabel Coelho

Maria Isabel Coelho
Arena Allianz Parque e ruas da região ficaram lotadas durante jogo vitorioso do Palmeiras

O domingo foi de comemoração para o Palmeiras que venceu a Chapecoense, antecipando a final do Campeonato Brasileiro e o título de campeão. Mesmo com o início do jogo, ambulantes e torcedores sem ingresso permaneceram pelas ruas. A presidente da Associação Amigos da Vila Pompeia, Maria Antonietta de Lima e Silva conta que os fogos começaram as 6h da manhã e seguiram durante o dia e noite. “Os moradores reclamam da baderna e da sujeira que fica pelas ruas. Quase ficamos surdos”, diz a moradora da região. Segundo a CET, a maior dificuldade foi o elevado número de torcedores que acompanhou o jogo nas imediações do estádio (estimado entre 30 e 40 mil pessoas) que somado aos torcedores que ingressaram na Arena Allianz Parque (40.986 pessoas), gerou a necessidade de ampliação dos bloqueios viários.

A Subprefeitura Lapa informa que desenvolve ações para minimizar os transtornos à população no entorno da arena. Segundo o órgão, as equipes intensificaram a fiscalização no dia do jogo: foram cerca de 28 apreensões, entre materiais como água, bebidas alcoólicas, artigos esportivos, caixas de isopor, carrinhos de ferro, entre outros. As equipes de limpeza trabalharam das 17h do dia 27 até as 15h do dia 28. No total foram removidas 17,34 toneladas de resíduos, utilizados 162 m³ de água de reuso, além de 350 litros de desinfetante.

Força Cape – O time Chapecoense perdeu para o Palmeiras por 1 x 0. A disputa foi o último jogo da equipe de Chapecó que embarcou para sua primeira disputa internacional, na Copa Sul-Americana, em Medellín. O avião que levava a equipe técnica, jogadores e jornalistas caiu e a maior parte dos ocupantes da aeronave morreram. O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre demorou a acreditar no que tinha acontecido. Ele viu pela TV a notícia da tragédia quando deixava o Palmeiras. Nobre lembrou que no domingo (27), antes dos dois times se enfrentarem, almoçou com diretores do clube catarinense.

Em nota, a Sociedade Esportiva Palmeiras lamentou a tragédia ocorrida com a delegação da Chapecoense na manhã desta terça-feira (29). “Tivemos a honra de receber a equipe coirmã em nosso estádio no último domingo (27), e o jogo foi disputado em completo clima de respeito, profissionalismo e lealdade. Não à toa, quando o ônibus do time catarinense deixava o Allianz Parque, os representantes da Chape foram aplaudidos e incentivados pela torcida palmeirense rumo ao título da Copa Sul-Americana. Lamentamos também a morte de dirigentes, jornalistas, tripulação e demais passageiros. Nossa eterna gratidão aos profissionais que trabalharam no Palmeiras e honraram a camisa durante todo o tempo em que estiveram conosco. Caio Júnior, Josimar, Ananias e Mário Sérgio Pontes de Paiva estarão para sempre em nossas memórias. Nossos profundos sentimentos a todos familiares e amigos”, diz a nota divulgada pelo clube alviverde em sua página na internet.