Plano Diretor com conflitos de interesses

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Nilza Toledo, Adaucto Durigan, Nabil Bonduki, Ricardo Montoro

JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER

A plenária de debate na área da Subprefeitura da Lapa aconteceu na última quinta-feira, dia 17 de junho, com a presença dos vereadores Nabil Bonduki (PT) e Ricardo Montoro (PSDB) e da representante da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla), Nilza Toledo Antenor. Segundo Bonduki, a primeira votação do Plano Diretor foi feita na quinta-feira, graças a um acordo entre os vereadores. “Após incorporar propostas da população, a segunda votação deverá acontecer em breve. Seria uma desgraça se não aprovarmos o Plano Diretor Estratégico para São Paulo neste ano”, disse Bonduki, presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo.
Ainda existem conflitos de interesses entre os moradores. O presidente da Associação dos Amigos e Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba), Roberto Rolnik Cardoso, disse que a transformação de ruas com trânsito local em vias coletoras, como rota de fuga para motoristas, causa transtornos aos moradores de uma área em processo de tombamento pelo Condephaat. A representante da Sempla afirmou ser preciso levar em consideração o plano municipal de transporte para escoar o tráfego.
O presidente da entidade questionou o controle do uso e ocupação de solo na área do entorno da City Lapa – uma Zona Estritamente Residencial (ZER). Ele solicita que, ao redor do bairro, haja maior restrição, como as antigas Z17 e Z18. “Existe uma contradição. As Áreas de Intervenção Urbana (AIU) sobrepõem a restrição do entorno, uma Zona Mista com coeficiente 4”, reclama Cardoso. Criticou a autorização da Outorga Onerosa nas áreas de proteção dos limites da City Lapa, na Vila Leopoldina e Rua Pio XI.
O corredor comercial na Rua Cordilheiras foi alvo de conflito entre Cardoso e a moradora Carmen Regina Medeiros, que defende o uso do imóvel para serviços. Para ela, existe a permissão da Companhia City de que as casas nesta rua sejam utilizadas como prestadoras de serviços com restrições. “Também quero preservar o que meus pais construíram, mas é preciso levar em consideração a queda do poder aquisitivo dos moradores e encontrar uma saída, sem degradar o bairro”, afirmou Carmen.
Na Vila Romana, houve o questionamento da verticalização que ocorre nas imediações da Rua Aurélia. Bonduki disse que vai estudar a classificação do prédio da Melhoramentos, que fica na Rua Tito, como Zona de Proteção a Bens Culturais (ZPEC) – o que impediria a construção de um edifício no local.
A segunda audiência pública na Câmara Municipal será na quarta-feira, dia 23 de junho, das 8 às 14h. Viaduto Jacareí, 100, Salão Nobre, 8º Andar.

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