Descompassos urbanos

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Em todos os bairros da Sub Lapa não faltam exemplos de omissões, distorções e equívocos na condução do planejamento urbano, que deveria ter como meta a ser perseguida na conquista do desenvolvimento sustentável, desejo expresso pelo prefeito Gilberto Kassab no discurso de posse do seu segundo mandato à frente da maior cidade da América Latina.  
Diante da clareza da fala de Kassab em 1º de janeiro de 2009, cabe a ele avaliar e se posicionar diretamente diante do seguinte quadro. Moradores e comerciantes da Pompéia, voltam a ficar reféns das águas na região da Avenida Francisco Matarazzo sem que ninguém no âmbito da administração municipal venha a público para apresentar uma solução imediata para livrar o bairro do problema das enchentes. Enquanto isso, a Empresa Municipal de Urbanismo (EMURB), ao invés de atuar como indutora do desenvolvimento sustentável na Pompéia e adjacências, retém, num fundo de aplicação, mais de R$ 44 milhões provenientes da Operação Urbana Água Branca, além de realizar reuniões técnicas sem convidar a sociedade civil a participar dos debates.
Em dezembro de 2008, o jornal Valor Econômico noticiou que Kassab visitou o poderoso Secovi (sindicato do setor imobiliário). Levou consigo oito secretários para discutir, entre outros assuntos, o destino das Operações Urbanas na cidade. Como temos na região duas Operações Urbanas (Água Branca e Leopoldina-Jaguaré) nos parece justo dirigir ao prefeito uma pergunta bastante objetiva: por que não visitar a sociedade civil organizada (moradores, comerciantes e industriais) para ouvir críticas, reivindicações e sugestões a respeito dessas duas intervenções urbanísticas de grande porte?
Kassab, que na região obteve expressiva votação (75% dos votos) se vê na obrigação de abrir diálogo diretamente com a população da Lapa, Romana, Pompéia, Leopoldina e Jaguaré – bairros direta ou indiretamente afetados pelas referidas Operações Urbanas – de modo a orientar o seu secretariado a buscar, de fato, o equilíbrio necessário entre desenvolvimento e sustentabilidade. Afinal, são do próprio prefeito as seguintes palavras. “Trago na alma o sonho, tão caro à minha geração, de contribuir para a construção de um mundo melhor, mais harmônico e igualitário, no qual o desenvolvimento seja alicerçado sem a degradação do meio ambiente”.

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