Hospital já!

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Nos últimos quatro anos, este jornal publicou inúmeras reportagens dando conta do risco de falência do Sorocabana. Ao longo deste período os relatos em forma de reportagem e editoriais foram entregues diretamente (via e-mail ou pessoalmente) às autoridades municipais, estaduais e a um grupo de vereadores e deputados.
Hoje, com o hospital da Rua Faustolo inativo por conta de grave crise financeira e administrativa, entendemos que tanto Prefeitura quanto governo estadual, devem vir à Lapa e responder à seguinte pergunta que não quer calar: com o fim do Sorocabana, as administrações de Gilberto Kassab e Alberto Goldman estão dispostos a construir o Hospital Geral da Lapa onde hoje funciona o Pronto-Socorro da Avenida Queiroz Filho? Vale lembrar que esse foi o compromisso firmado pelos governos Erundina (PT) e Fleury (PMDB) nos anos 90. Documentos que atestam esse acordo não realizado estão em poder do Jornal da Gente e podem ser consultados a qualquer momento. Em papel timbrado da Secretaria Estadual de Saúde, datado de 1992, e assinado por um técnico daquela pasta, consta a seguinte observação: “mesmo somando-se todas as ofertas de leitos da rede pública e privada, ainda se faz necessária a construção na Lapa de um hospital com 220 leitos”.
Ora, se no passado partidos tão distintos ideologicamente embasaram uma parceria (terreno da Prefeitura, construção do Estado, administração municipal) para a construção um novo hospital, por que as gestões do democrata Gilberto Kassab (DEM) e do tucano Alberto Goldman não podem se render ao fato de que a região da Lapa precisa de um hospital público moderno nos mesmo molde do tão badalado e hospital municipal do M’Boi Mirim, inaugurado em 2008 na gestão Serra-Kassab?
Se não há como salvar o Sorocabana, conforme fica claro ao se ouvir fontes oficiais, então Kassab e Goldman precisam colocar em prática um plano conjunto para não deixar na mão milhares de pessoas que, mensalmente eram atendidas no Sorocabana. A parceria Prefeitura-Estado se justifica quando se olha o perfil básico dessa demanda: pacientes que dependem da rede pública de saúde e que moram em São Paulo e cidades da Região Metropolitana.
Diante desse quadro, defendemos aqui, a imediata abertura de um diálogo entre os governos municipal, estadual e comunidade – com a mediação dos vereadores Frange e Gilberto; do deputado estadual Carlos Neder; e do deputado federal Eleuses Paiva (todos médicos e cientes da situação da Saúde na região da Sub Lapa). Nunca é demais lembrar que pela Constituição serviços de saúde são um direito do cidadão e um dever Estado. Já do presidente do Sorocabana, José Carlos Simião, a sociedade exige uma explicação – por que sua gestão não consegue superar a crise financeira e administrativa ?- e um ato de coragem, que seria abrir o Sorocabana a uma auditoria fiscal independente.

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