O cobertor é curto

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Com a divulgação, na quinta-feira, 25, de novos índices sobre a criminalidade na cidade, fica evidente que em matéria de segurança pública nos bairros da gente vale aquela expressão usada quando se quer definir as deficiências do poder público: cobre-se aqui, fica descoberto acolá.

Nos últimos meses, com a divulgação em quase todos os meios comunicação de que a região do 7º Distrito Policial (abrangendo entre outros bairros Lapa, Lapa de Baixo, Vila Romana, Vila Ipojuca e parte da Pompeia) era a campeã no número de furtos de veículos, PM e Polícia Civil intensificaram ações locais. O resultado foi a queda expressiva de ocorrências desse tipo: 158 em maio, 130 em junho e 96 no mês de julho.

Mas numa prova de que o cobertor é, de fato, curto, a Vila Leopoldina viu crescer indicadores de furto de veículos: 59 ocorrências em junho e 76 no mês seguinte. Aumentou também o número de veículos roubado naquela região: 18 em junho e 24 no mês passado.

Com o acelerado e descontrolado crescimento vertical nos bairros da Subprefeitura da Lapa, sobretudo na Leopoldina, Hamburguesa, Romana, Pompeia e Jaguaré, novas demandas por serviços públicos vão pipocando de tempos em tempos. Mais policiamento nas ruas é o pedido sistemático de moradores e comerciantes, muitos deles vítimas de furtos e assaltos.
Entidades como o Consabs Lapa e Núcleo de Ação Local da Vila Romana já enviaram, nos últimos anos, vários ofícios à Secretaria de Segurança Pública solicitando o aumento no número de homens e viaturas da PM e Polícia Civil.

Infelizmente a situação quase mudou, não obstante o crescimento populacional da região entre 2000 e 2010. Em dez anos, nos seis Distritos da Sub Lapa (Perdizes, Lapa, Vila Leopoldina, Jaguaré, Vila Jaguara e Barra Funda) a população saltou de 270 mil habitantes para 305 mil. Receber em 10 anos 35 mil moradores a mais significa falar da população total de uma cidade como Tietê, que registra 35.796 habitantes. É como ir até Barra Bonita e trazer para cá todos os seus 35.179 cidadãos.

Essas comparações servem para dar uma dimensão dos desafios que o desenvolvimento urbano nos impõe não só na área da segurança públicas mas em outros setores como sistema viário, obras de drenagem, postos de saúde, hospitais, creches, entre outros.

Em qualquer secretaria estadual ou municipal que se bata á porta com a intenção de pedir mais serviços e/ou equipamentos, ouviremos algo semelhante a “o cobertor é curto”. Mas curta não é a arrecadação de impostos por parte dos governos. A arrecadação do IPTU dos quatro maiores imóveis na região da Sub Lapa (entre eles o Bourbon Shopping Pompeia e a Ceagesp) somam cerca de 14 milhões, o equivalente ao orçamento da subprefeitura se excluirmos a folha de pagamento.  

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