Na luta por um hospital

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Foi uma unanimidade a defesa pela priorização da reforma do Hospital Sorocabana na audiência pública do Ciclo Participativo de Planejamento e Orçamento para 2015, sábado, na Subprefeitura Lapa.  Mais de 50 pessoas compareceram na intenção de confirmar as prioridades apontadas na audiência de dezembro de 2013: reformar o Hospital Sorocabana, implantar UBSs (Unidades Básicas de Saúde no CDC (Clube da Comunidade) Bento Bicudo na Lapa de Baixo e no CDC City da Rua Sepetiba além de moradias.  As duas  UBSs estão na previsão orçamentária do ano que vem. 

A grita foi geral quando a secretária de Planejamento, Leda Paulani anunciou que o projeto do Sorocabana ficou para o orçamento de 2016. 

Talvez Leda não conheça a luta da comunidade pela reabertura do hospital desde que a direção da Associação Beneficente Hospitais Sorocabana (ligadas a antiga ferrovia) fechou as portas em 2010 atolada em dívidas (cerca de 350 milhões). Como o Sorocabana foi erguido em área pública do Estado, com base em uma cessão de uso assinada com a Associação Beneficente Hospital Central Sorocabana, uma cláusula determinou sua retomada pelo governo após a paralisação das atividades. Em baixo de pressão popular, o Estado tomou posse do imóvel em 4 de outubro de 2011. Sem nenhum atendimento pelo Sistema Único de Saúde na região, a comunidade, com apoio de políticos de vários partidos, fez manifestações e abaixo-assinado pedindo a municipalização do hospital.  O governador Geraldo Alckmin e o então prefeito Gilberto Kassab ouviram e assinaram um termo de cessão de uso a favor do município no prédio do próprio Sorocabana, em 17 de janeiro de 2012. De lá pra cá, o hospital continua fechado, com debates entre a Prefeitura e Estado, e a comunidade sem leito de atendimento pelo SUS. 

O atual prefeito Fernando Haddad transformou a ala da AMA Especialidade, inaugurada na gestão Kassab, em unidade da Rede Hora Certa, ampliando para antiga ala de convênios do hospital com dois centros cirúrgicos para pequenos procedimentos. Mesmo assim não atende a necessidade. É preciso que o hospital volte a funcionar. A AMA 24h, também inaugurada na gestão passada, foi mantida por Haddad e já tem previsão de investimentos em 2015 e novo nome: UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que uma bandeira do governo federal.

Fora isso, o prédio do Sorocabana continua se deteriora a cada dia. O que se espera é que Leda preste atenção ao histórico da luta comunitária que revela a necessidade da região por um hospital público urgente. Sem leito pelo SUS (Sistema Único de Saúde) , a comunidade espera que a secretária escute a voz do povo e confirme os recursos na proposta orçamentária do ano que vem. Afinal, é a saúde da população que está em jogo.

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