Clima

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Dois climas já são notados na região: um é o da Copa do Mundo e o outro é o do Natal. Luzinhas, enfeites natalinos e bandeiras dividem espaço nos comércios, bares e restaurantes, embora se comparado com outras épocas, de forma mais tímida. Existe quem não gosta de futebol e quem não é cristão, mas sendo todos brasileiros, inevitavelmente somos afetados por esses eventos. Você até pode não acompanhar os jogos, mas se precisar de algum serviço ou de um motorista de aplicativo no horário da transmissão, certamente vai encontrar algumas dificuldades.

Grandes eventos afetam a todos e é preciso encontrar a convivência que seja aceitável. Comemorar é bom, mas o uso de rojões e fogos de artifício são completamente desnecessários. Se pudessem ser utilizados aqueles sem estampido para não incomodar pessoas e animais seria o ideal, mas sabemos que majoritariamente não será assim. Para quem realmente não gosta de Copa, o consolo é o de que ela só ocorre uma vez a cada quatro anos, então seus desconfortos ficam mais toleráveis.

Não é o que podem dizer os moradores que convivem ao lado de estádios ou casas de shows. Nesses lugares os eventos são rotina e não há a previsão de que a incomodidade seja exceção. Tem quem fale “a pessoa deveria ter visto isso antes de se mudar”, mas muitas delas já estavam lá antes dos eventos se tornarem cada vez maiores. E não se trata também de que para o lazer e arrecadação de uns, outros tenham que ter menos qualidade de vida. A Câmara deve discutir em breve o projeto da regulamentação das dark kitchens que carregou junto o artigo que aumenta o limite de pressão sonora, algo que muitos têm chamado de “jabuti”. Final de ano é uma época em que muitos projetos importantes são discutidos, incluindo o orçamento, e não podemos deixar o clima de Copa e o cansaço acumulado nos desmobilizar.

São muito boas as tradições solidárias, como a Campanha Papai Noel dos Correios, que há mais de trinta anos permite que crianças recebam presentes e itens que precisam após pessoas adotarem suas cartinhas destinadas ao Papai Noel. Ações como essa nos fazem lembrar que ainda existe magia no mundo, e a magia não é por causa da crença em um senhor que voa de trenó com suas renas, mas por saber que existem pessoas dispostas a doar e fazer feliz alguém que não conhecem.

Se a solidariedade não é obrigação, mas é bem-vinda, o que deveria ser obrigação é dar encaminhamento a equipamentos que estão parados, caso do CDC da Rua Sepetiba que é uma demanda antiga da região que quer ver a UBS da Vila Ipojuca no local. Mais do que uma promessa de ano novo, precisamos de um planejamento concreto.

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