Promotoria acompanha fechamento de AMAs

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Dora Martin Strilicherk coordena debate entre população e Wilson Pollara

O Ministério Público do Estado de São Paulo realizou na terça-feira (27) uma audiência pública para discutir o fechamento de unidades de saúde pela Prefeitura. O debate foi conduzido pela promotora Dora Martin Strilicherk, acompanhada pelo promotor Arthur Pinto Filho. Participaram do evento representantes de entidades médicas como o Sindicato dos Médicos de São Paulo e o Conselho Regional de Medicina, membros do Conselho Municipal de Saúde, do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde e o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara.

Sob vaias e críticas à atual gestão, Pollara negou que qualquer AMA (Assistência Médica Ambulatorial) seria fechada, mas que elas seriam absorvidas por outros equipamentos, como as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). “O SUS não reconhece e não financia as AMAs. Não tem nenhum recurso federal. As UBSs perderam espaço para as AMAs em 2005 para ampliar o acesso ao atendimento imediato, mas isso está errado pois o atendimento deveria ser feito pelas UPAs”, afirma.

Eder Gatti, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, falou sobre a importância do diálogo “Deve ser feito de forma paulatina, com amplo debate com a população e com os trabalhadores. E é preciso questionar qual será a garantia de acesso, sendo que hoje já é difícil com os hospitais sucateados”, declara.

A população criticou a precarização do SUS, a dificuldade para marcar consultas e a falta de comunicação do governo com os conselhos gestores dos equipamentos.
João Pedro Rosin, conselheiro do PS da Lapa, defende que a mudança seja gradual. “A secretaria precisa equipar melhor os prontos-socorros e as UPAs para atender essa demanda. Tem que ter planejamento”, diz.

Márcia Lucchesi, conselheira da AMA Sorocabana, afirma que com o fim dos atendimentos na unidade da Vila Piauí, as demandas aumentaram no equipamento da Rua Catão. A UBS localizada no mesmo local que funcionava a AMA atende apenas o público cadastrado. Amorim Pereira, do Coletivo contra o fechamento da AMA Vila Piauí, explica os impactos da reestruturação. “Aqui no bairro acarreta na falta de atendimentos de baixa complexidade, e a população é encaminhada para o PS da Lapa que está com superlotação. Somos um distrito que fica distante dos hospitais públicos e a AMA amenizava as dificuldades aqui”, diz.

A promotoria se comprometeu a acompanhar o processo de reestruturação proposto pela Prefeitura para que a população não seja prejudicada. Pollara afirma que na capital existem 114 AMAs que serão transformadas em 63 UBSs, 19 UPAs e 26 ambulatórios de especialidades, e declara que a população será beneficiada com essa mudança porque ao invés de ser atendida por médicos diferentes a cada vez que procurar o pronto atendimento, passará a ser atendida pelo médico de família. Segundo o secretário, as equipes de saúde da família passarão de 1.331 para 1.625, e com a mudança será possível realizar mais de 17 milhões de consultas por ano.

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